O ex-presidente Lula plantou, plantou e agora começa a colher os frutos amargos de uma vida de arrogância. O petista começa a descobrir que estava enganado quanto a sua certeza da impunidade e é o principal responsável pelos problemas que terá que enfrentar pela frente com a Justiça brasileira. Tivesse tido uma postura mais digna e honesta, Lula não estaria passando por todo o constrangimento mundial e não estaria correndo o sério risco de ir parar atrás das grades.

Os problemas de Lula com a Justiça são tão sérios que até mesmo seus advogados já demonstraram que não há mais como livrá-lo da enrascada em que se meteu. O petista já é réu em cinco ações na justiça e alvo de outros três inquéritos criminais.

 O próprio Lula participou da entrevista por videoconferência e voltou a se colocar no papel de vítima de um complô da mídia e da justiça no Brasil. “Estou sendo vítima de perseguição política e que visa destruir o partido de esquerda mais importante da América Latina”, disse Lula.

O problema é que se o petista tivesse se comportado de forma correta ao longo dos últimos treze anos, não estaria enfrentando acusações tão graves, mesmo aos olhos do mundo. Lula assumiu os riscos de manter uma conduta suspeita em suas relações íntimas com empreiteiros como Léo Pinheiro, Emílio e Marcelo Odebrecht, algo incompatível com o cargo de presidente da República. Ao deixar o cargo, Lula deu início ao processo de "colheita" dos favores que havia prestado aos seus amigos e continuou influenciado o governo Dilma a atender os pedidos de seus amigos empreiteiros, em nome de um plano de poder duradouro que, em tese, lhe garantiria a impunidade.

Das empreiteiras de seus amigos, a OAS e Odebrecht, Lula aceitou ser beneficiário direto de obras em propriedades, pagamentos de despesas pessoais e contratos milionários para palestras. O petista subestimou a justiça e superestimou seu poder de se safar dos mal feitos, fiando-se que suas justificativas frágeis seriam suficiente para calar as autoridades.

Nenhuma das ações ou inquéritos contra o ex-presidente é infundada. As acusações formuladas pelo Ministério Público Federal, MPF, são tão robustas, que os próprios advogados de Lula já jogaram a toalha no campo jurídico e partiram para uma defesa no campo político. Assim como qualquer pessoa minimamente instruída, Lula e seus advogados sabem que o MPF não celebra nenhum tipo de acordo de redução de pena com criminosos sem que sejam apresentadas as devidas provas sobre suas delações. Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e João Santana são apenas alguns dos "ex-amigos" que se tornaram algozes de Lula, Dilma e do PT, em troca de benefícios na Justiça.

Na entrevista que deram a jornalistas na Suíça, os defensores chamaram a Justiça brasileira de “primitiva”, atacaram a imprensa e apelaram para teorias de conspiração, sugerindo que, por causa das investigações, os Estados Unidos ficarão com o petróleo brasileiro.

Para 9 em cada dez juristas, Lula é um caso perdido. A única ressalva que costuma ser feita a respeito de sua situação delicada é o fato de se tratar de um ex-presidente. Como não há nenhuma linha na Lei brasileira que garante que ex-presidentes podem roubar, corromper e comandar organizações criminosas, Lula está de fato perdido.



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