Soraya e Trutis, eleitos pela onda Bolsonaro não devem seguir o Presidente em novo partido

Senadora e o deputado federal que foram eleitos pela onda Bolsonaro, não o seguirão e dizem como "justificativas" acreditar que decisão é precipitada e pode prejudicar votações em andamento

| INFORMATIVOMS / CORREIO DO ESTADO


Senadora Soraya Thronicke e o deputado federal Tio Trutis - Reprodução/Instagram

Os dois politicos de Mato Grosso do Sul que pertencem ao PSL não devem seguir o presidente Jair Bolsonaro no partido que ele vai criar, o “Aliança pelo Brasil”. Para Tio Trutis e Soraya Thronicke. Os dois não consideram que este seja o melhor momento para a decisão do chefe do Governo Federal e não irão segui-lo.

“Podem me chamar do que quiserem: louco, traidor, burro. Todavia, era o momento de o governo criar uma força-tarefa coordenada para aprovar a prisão em segunda instância”, disse Trutis nas redes sociais.

Além disso, ele questiona se todas as nuances da abertura de uma nova legenda foram consideradas pelo presidente. “Esse novo partido contará com 20 a 30 deputados. Custo de R$ 270 milhões. O Aliança abrirá mão do fundo partidário? Do fundo eleitoral? Fiz esse questionamento e ninguém soube me responder”.

O deputado federal considera ainda a briga partidária entre o presidente e os colegas “idiota”. “Todo o PSL vota 100% com o governo e continuará votando onde quer que o presidente esteja, enquanto ele estiver honrando com os compromissos assumidos com o povo brasileiro. O resto, por hora, pouco importa”. 

Já a senadora Soraya Thronicke considera os prejuízos que a saída do PSL poderia causar. “Bolsonaro ficará sem partido por enquanto. Senador sem partido perde todas as posições em comissões e por isso fica sem poder votar”, pontua em nota.

Ela também analisa a conjuntura na Casa e afirma que “a ordem do partido é para que todos continuem votando com o governo, sob pena de cometer infidelidade partidária. Já está difícil conquistar votos, Medias Provisórias caindo inclusive por deslealdade de partidos da base, portanto, o governo não pode perder um voto sequer, sob pena de colocar em risco sua gestão e, consequentemente, quem sofre é a população”.

Soraya acrescentou ainda que a principal preocupação dela no momento é com os membros dos partidos aliados que estão “boicotando as votações. Isso é o que há de mais grave hoje para todos nós”. Lembrando também que o  ano que vem, o partido detem de grande valor disponibilizado para as eleições e que deve ter e ser um dos pesos levados em consideração para a decisão.

Os advogados de Bolsonaro estimam que vão conseguir entregar, até março do ano que vem, as cerca de 500 mil assinaturas exigidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para criação de nova sigla. A ideia é viabilizar o partido a tempo de lançar candidatos às eleições municipais de 2020, o que exige aprovação na corte eleitoral até abril.

O TSE ainda não confirmou, “mas vai” permitir, de acordo com o deputado Daniel Silveira, que a coleta das assinaturas necessárias seja feita por meio de um aplicativo para dispositivos móveis.

A disputa interna do PSL veio à tona em 8 de outubro. Naquele dia, na porta do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou o presidente do partido, Luciano Bivar (PE), a um pré-candidato a vereador do Recife (PE).



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