Luiz Ovando desiste do PSL: não tenho mais clima para ficar

Deputado é vice-líder do partido e pretendia harmonizar sigla

| INFORMATIVOMS / CORREIO DO ESTADO


O deputado federal Luiz Ovando afirmou que vai aonde o presidente Jair Bolsonaro for - Foto: Vinícius Loures / Câmara dos Deputados

Quatro dias após afirmar que o caminho do PSL no Estado seria harmonizar os conflitos internos, o deputado federal sul-mato-grossense e vice-líder da sigla na Câmara dos Deputados Dr. Luiz Ovando afirmou que “não tem mais clima” para ficar na legenda. Ele sai do partido acompanhando o presidente da República, Jair Bolsonaro, para onde ele for. As opções são fundar um novo partido ou migrar para o PMB (Partido da Mulher Brasileira).

A mudança de opinião ocorre após Bolsonaro afirmar na segunda-feira (28) que pode buscar criar um partido caso deixe o PSL, legenda pela qual se elegeu no ano passado, mas que está dividida entre  bolsonaristas e os que defendem o presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

De acordo com Ovando, Bivar descumpriu acordos feitos no ano passado em Mato Grosso do Sul e no restante do País. “Fim de novembro e dezembro Bivar combinou uma coisa comigo, mas não cumpriu, desconsiderou o nosso acordo, ele zombou de mim”, enfatizou o parlamentar pesselista. “Comecei a observar o partido aqui [em Brasília], vi que era igual no Estado. Bivar desestabilizou todas as lideranças que Bolsonaro tinha nas regiões”.

Com base nessa constatação, o parlamentar sul-mato-grossense concluiu: “A gente sabia que aconteceria a cisão. E aconteceu. Todo o pessoal foi  deixado de lado”, referindo-se ao embate nas últimas semanas pela liderança do PSL na Câmara dos Deputados, marcado por diversas listas apresentadas ora pela ala bolsonarista, ora pela ala que defende Bivar. No fim, Eduardo Bolsonaro, filho do presidente da República, acabou no cargo de líder do partido, nomeando o deputado Dr. Luiz Ovando um dos vice-líderes. O parlamentar assinou todas as listas de apoio a Eduardo.

Essa fidelidade também está presente na decisão do presidente da República em criar um partido ou migrar para uma agremiação partidária já existente. “Não há mais clima para continuar, não há confiabilidade [referindo-se ao PSL]”, segundo Ovando. A sigla decidiu abrir processo de expulsão de 19 parlamentares que apoiaram a família Bolsonaro na disputa pela liderança na Câmara.

“Estamos esperando. O PMB [Partido da Mulher Brasileira] foi uma alternativa. Continuando na expectativa de ter um partido. Em princípio eu vou com o presidente, ele não tem nada que ofenda os meus valores”, explicou Luiz Ovando. O parlamentar avalia que a mudança partidária não ocasionará a perda de mandato (a legislação determina que caso o deputado deixe o partido sem motivo justificado, a legenda pode exigir o mandato), já que Bivar deu motivos ao deixar de ser transparente na prestação de contas do PSL para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “Para mim, especificamente dentro do PSL, não tem mais clima. Eu não tenho clima para ficar no partido”, disse de forma enfática o deputado federal.   Destituição

Ontem, Bolsonaro entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que o presidente nacional do PSL, Luciano Bivar, seja destituído do cargo e que o fundo partidário da sigla seja bloqueado.

Já o PSL divulgou ontem a prestação de contas referente a 2019. Dos R$ 40,6 milhões que recebeu, gastou R$ 9,3 milhões e repassou parte deste recurso, R$ 477,7 mil, para sete dos 27 diretórios estaduais. Mato Grosso do Sul não foi contemplado.



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