Campanha cria hashtags para publicação de histórias sobre mestres no Dia do Professor

A profissional é uma das personagens retratadas pela campanha #Nem1SemProfessor

| INFORMATIVOMS / EXTRA


Na natureza: Ana Lúcia Aguiar começou a alfabetização com a mãe enquanto cuidava de cabras Foto: Divulgação/Canal Futura

RIO — O caderno de caligrafia da infância de Ana Lúcia Aguiar, de 68 anos, foi a areia da Praia do Cachorro, em Fernando de Noronha. Até os 13 anos, a agora PhD em Educação viveu na ilha e recebeu as primeiras instruções nas letras e nos números da mãe, uma pastora de ovelhas “sabida”, como ela diz, que estudou até o 4ª ano do ensino fundamental.

A profissional é uma das personagens retratadas pela campanha #Nem1SemProfessor, que o Canal Futura, a Fundação Roberto Marinho e mais de 100 instituições ligadas à área de Educação lançam neste mês para comemorar o Dia do Professor, celebrado hoje.

Além da série de vídeos, a mobilização também acontece nas redes sociais. As instituições envolvidas compartilharão posts marcados com as hashtags #Nem1PraTras e #Nem1SemProfessor, que homenageiam professores que marcaram a vida dos usuários do Twitter. A ideia é que as pessoas contem como a experiência dos educadores marcaram a vida dos alunos.

Diálogo

O professor de Geografia Flávio Batista, de Goiânia, tem uma história dessas: duas professoras, uma de Geopolítica e outra de Português, transformaram a experiência ruim da escola “como uma prisão”, que ele vinha tendo como aluno, em um “local de descobertas”.

— Quando elas descobriram a minha paixão por literatura, me mostraram as matérias através dos livros. Além disso, elas me ouviram, entenderam minhas dificuldades e me mostraram uma outra escola — conta Flávio, que também é retratado na série de vídeos do Canal Futura.

A partir da sua experiência como estudante, orientou sua atuação como educador.

— Meus professores me ouviam, queriam saber sobre minha trajetória — diz Flávio, de 31 anos. — Quando eu chego em sala, não tenho uma definição prévia de quem são. É no cotidiano que os conheço, nas nossas diferenças de concepção, nas dúvidas mais simples. Há quem não consiga responder a prova, e não defino uma nota ali. Na verdade, me esforço para saber o que aconteceu. Às vezes é falta de leitura, outras, são resultados de relações violentas em casa.

Outra professora retratada no Canal Futura é Olga Neri, de 54 anos, professora do ensino básico de Caxias do Sul (RS) que só seguiu na carreira por causa de Teresinha Ruzzarim, a professora de Literatura que teve na escola.

— Ela fez com que eu me apaixonasse por Machado de Assis. Aí eu abandonei a ideia de fazer Direito e segui para a faculdade de Letras. Sou uma pessoa realizada. Embora saiba que as condições de trabalho são adversas e a remuneração não é adequada, não tem preço ver o brilho do olhar de alguém que percebe a possibilidade de aprender — afirma a professora gaúcha.



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