Fazenda de Bumlai não cumpre regras para reforma agrária, diz chefe do Incra

Local foi alvo de invasão da Frente Camponesa de Luta no fim de semana

| ALINE DOS SANTOS / CAMPO GRANDE NEWS


Paulo Roberto da Silva é superintendente do Incra em MS. (Foto: Marcos Maluf).

Alvo de uma invasão relâmpago de sem-terra no último fim de semana, a Fazenda São Marco, da família Bumlai, em Dourados, não se enquadra nas regras para ser destinada à reforma agrária.

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A Fazenda São Marco, pertencente à família Bumlai em Dourados, foi alvo de uma invasão por sem-terra, mas não se enquadra nas regras para reforma agrária, segundo o superintendente do Incra em Mato Grosso do Sul. A propriedade não está na lista de grandes devedores da Receita Federal e é produtiva, além de o proprietário não ter interesse em vender. Após a invasão, que ocorreu no dia 18, a polícia interveio no dia seguinte, resultando na desocupação e na apreensão de diversos objetos, incluindo coquetéis molotov e ferramentas agrícolas.

De acordo com o superintendente do Incra (Instituto de Colonização e Reforma Agrária) em Mato Grosso do Sul, Paulo Roberto da Silva, a fazenda não está na lista de grandes devedores da Receita Federal (dívida tributária) e não é improdutiva. O instituto consultou o proprietário sobre a possibilidade de vendas, mas o dono não teve interesse na proposta.

Diante da demanda social em frente ao local, com um grande acampamento, o superintendente fez consultas sobre a área.

“Fui ver a possibilidade de assentar as famílias. Essa fazenda não está na lista de grandes devedores, todo ano tem produção e o proprietário não quer vender para o Incra. Não tem nenhuma possibilidade, neste momento, daquela propriedade vir para o Incra. E não vamos fazer expropriação. Fazemos reforma agrária dentro dos parâmetros legais', diz Paulo.

A propriedade pertence a Fernando de Barros Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai. Na área, funcionava a Usina São Fernando, vendida em 2022 por R$ 661 milhões para ser desmontada.

A invasão pela Frente Camponesa de Luta foi no sábado (dia 18). No dia seguinte, domingo, aconteceu a desocupação após intervenção do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Durante a ação policial, foram apreendidos facões, foice, enxada, “miguelitos' (tábuas de madeira com pregos voltados com a ponta para cima), arame farpado, coquetéis molotov prontos (um deles com rojão acoplado), fogos de artifício e gasolina em galões.

A reportagem não conseguiu contato com Fernando Bumlai.

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