Reitora alega que espaço de reunião foi invadido e reclama de insegurança

Mirlene Damázio emitiu nota adiando reunião do Conselho Universitário para outubro, mas evento segue normalmente

| INFORMATIVOMS / CAMPO GRANDE NEWS


Policiais militares e guardas em frente ao prédio da reitoria da UFGD durante reunião de conselho (Foto: Direto das Ruas)

Em “nota de esclarecimento' divulgada há pouco, a reitora temporária da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) Mirlene Damázio disse que o espaço reservado para a 27ª reunião ordinária do Conselho Universitário da Instituição, na manhã de hoje (26), foi “invadido' e que havia risco para a segurança dos conselheiros.

Na condição de presidente do conselho, ela adiou a reunião para 4 de outubro mesmo sem ter saído do gabinete para ir ao evento, mas a decisão foi ignorada pelos conselheiros, que permanecem reunidos no auditório do prédio da reitoria, deliberando sobre assuntos internos da universidade.

Professor presente no local disse ao Campo Grande News que Mirlene não pode adiar a reunião. “Ela nem veio ao local da reunião. Depois de convocada, a reunião só pode ser cancelada pelo próprio Conselho Universitário', afirmou o professor.

“Não houve apuração de regularidade de ocupação e acomodação dos conselheiros, nem a ordem e decoro necessários, sendo observada a invasão de pessoas com instrumentos musicais, balões e gritos, bem como a falta de segurança necessária para que a mesma ocorresse com regularidade de procedimentos', afirma a nota assinada por Mirlene Damázio.

Estudantes e servidores levaram balões na cor laranja, simbolizando as candidaturas “laranjas' do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, investigadas em várias cidades brasileiras.

Segundo a reitora temporária, nomeada em junho deste ano pelo Ministério da Educação, as manifestações têm intuito de “inviabilizar os trabalhos da Universidade e o andamento das pautas imprescindíveis para regularidade das atividades'.

A nota segue: “diante do comprometimento da integralidade de segurança dos conselheiros, deliberou-se pelo cancelamento da referida reunião e transferência para o dia 4 de outubro de 2019'.

Antes de começar a reunião, guardas municipais chamados pela reitoria ocuparam o prédio da unidade I da UFGD e foram recebidos com protestos por estudantes, servidores e professores. Diante da manifestação, eles ficaram do lado de fora do prédio, na calçada.

O comandante da Guarda Divaldo Machado de Menezes disse ao Campo Grande News que mandou equipe ao local a pedido da reitoria. Ofício solicitando apoio na segurança foi protocolado ontem no comando da corporação. “É só por questão de prevenção porque pode ocorrer manifestação e alguém querer adentrar à reunião do conselho', disse ele.

Homens da Força Tática da Polícia Militar também foram até a reitoria, mas não entraram no prédio. O comandante do 3º Batalhão da PM, tenente-coronel Carlos Silva, disse que a corporação recebeu denúncia de invasão do prédio.

A reunião do Conselho Universitário continua, presidida pelo conselheiro mais velho. Por volta de 10h50 foi aprovada a prorrogação por mais duas horas.

A maioria dos conselheiros que falam a microfone protesta contra a reitora temporária, chamada de “interventora'. Um conselheiro propôs que o Conselho Universitário aprove documento cobrando do MEC a nomeação do professor Etienne Biasotto, vencedor da eleição interna feita em março e primeiro da lista tríplice enviada a Brasília.

No dia 13 de agosto, o juiz Moisés Anderson Costa Rodrigues da Silva, da 1ª Vara Federal em Dourados, julgou como improcedente a ação do MPF (Ministério Público Federal) contra a lista tríplice. A ação foi alegada pelo MEC como motivo para a nomeação da reitora temporária, em junho.



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