Medalha de prata cai em comemoração com a família, e Isaquias tenta trocar peça lascada

Canoísta presenteou os filhos com a medalha conquistada no C1 1000m, e incidente ocorreu depois que Sebastian, o mais velho, de 6 anos, a colocou no pescoço

| GLOBOESPORTE.COM / GUILHERME COSTA


Momento fofura! Isaquias Queiroz coloca medalha de prata no pescoço do filho Sebastian

Isaquias Queiroz tinha um motivação extra para lá de especial na busca por uma medalha nas Olimpíadas de Paris: presentear os filhos Sebastian e Luigi. O primeiro faz 7 anos em 25 de agosto, enquanto o caçula completou 1 ano no início da semana. Quando estava em situação difícil na final do C1 1000m, nesta sexta-feira, o abraço nos pequenos e na esposa Laina Guimarães antes de entrar na água foi o combustível para Isaquias sair do quinto ao segundo lugar com uma arrancada impressionante para cumprir a promessa ao mais velho.

Depois de subir ao pódio, foi a hora de compartilhar a conquista em família e entregar o "prêmio" aos filhos, mas, durante a comemoração, a medalha caiu no chão e deu uma lascada depois que Isaquias a colocou no pescoço de Sebastian. Isaquias ficou chateado com o incidente e pediu para a assessoria ver com a organização das Olimpíadas a possibilidade de uma troca - as conversas para isso já estão em andamento.

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Existe um precedente a favor de Isaquias nesse caso. Em Londres 2012, o judoca Felipe Kitadai, bronze na categoria ligeiro (até 60kg), quebrou a medalha tomando banho e ganhou uma nova.

Antes, ele tinha falado ao repórter Pedro Bassan, da TV Globo, da emoção em viver momentos especiais assim ao lado dos filhos e da esposa.

- É uma sensação incrível, diferente. É muito especial para mim. Ganhei medalha de prata e bronze no Rio, o ouro Tóquio, mas sem a presença de familiares e torcida (por causa da pandemia de Covid-19). Agora poder ganhar essa medalha de prata na frente dos filhos e da esposa é maravilhoso.

- Ele (Sebastian) estava me pedindo muito a medalha. Consegui para ele. Não foi o ouro, mas essa prata, do jeito que foi, vale ouro. Ele ficou feliz, mordeu a medalha. O Sebastian já entende todo o processo, tem acompanhado bem de perto. A minha família me ajudou bastante ao longo desses últimos anos e poder comemorar com eles presentes aqui é algo único.

Isaquias contou com a torcida da família nas arquibancadas do Estádio Náutico desde o início das disputas da canoagem de velocidade. Fechou a participação no C2 500m ao lado de Jacky Godmann na oitava colocação, mas transformou a frustração no dia anterior em pódio nesta sexta.

Com a medalha, Isaquias chegou ao quinto pódio olímpico na carreira e se igualou aos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael em segundo entre os recordistas do Brasil - a ginasta Rebeca Andrade lidera o ranking, com seis medalhas.

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A prova

O bicampeonato olímpico da prova ficou distante diante do desempenho impecável de Martin Fuksa, mas Isaquias mostrou por que é um dos grandes canoístas da história. Depois de um começo acirrado, o brasileiro ficou para trás. Era o quarto na linha dos primeiros 250 metros.

Enquanto Fuksa sobrava na frente e abria vantagem, Isaquias chegou a cair para quinto. Foi essa a posição dele faltando o quarto final da prova (250m), a quase dois barcos de diferença para Zakhar Petrov (Atletas Individuais Neutros) e Serghei Tarnovschi, segundo e terceiro colocados no momento, respectivamente.

A partir de então, Isaquias acionou o "modo turbo" e atropelou os adversários para ganhar três posições e fechar em segundo, garantindo a 16ª medalha do Brasil em Paris. Para orgulho de Sebastian e Luigi.

Martin Fuksa, da República Tcheca, levou o ouro com a melhor marca olímpica da categoria: 3m43s16 - o tempo do brasileiro foi de 3m44s33. Serghei Tarnovschi, da Moldávia, completou o pódio, em terceiro (3m44s68).

Resultado da final⏱️ :

Martin Fuksa (República Tcheca) - 3m43s16


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