De conhecimento de toda população sul-mato-grossense, os áudios da senadora da República, Soraya Thronicke (PSL), que “vazou”, no qual ela incita apoiadores “meter o pau” na ministra da Agricultura, Tereza Cristina e nos senadores, Simone Tebet(MDB) e Nelson Trad Filho (PSD), ganhou um novo capítulo na terça-feira (15).

Após o áudio ganhar notoriedade, a parlamentar desmentiu a autoria da gravação e, com o próprio dinheiro pagou um perito particular para emitir um laudo negando a autoria dos áudios. A parlamentar ainda alega que o áudio foi montado, que se trata de uma fake news, e que seria um áudio onde pessoas que estão contra ela, teriam pego falas dela, de diferentes áudios, recortado as palavras, até chegar no áudio “Frankenstein”.

Acontece que ao tomar conhecimento do áudio, Camila de Campos, advogada, Perita Papiloscopista da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul e ex-assessora da senadora, reconheceu a própria voz nos áudios, e na terça-feira, protocolou na Superintendência Regional da Polícia Federal da Capital, uma Notícia Crime contra a senadora por MS, Soraya Vieira Thronicke.

De acordo com Camila, após assistir indignada a tudo o que acontecia, e após a parlamentar ter mencionado ser vítima de fake News, somado ao fato de ter em mãos o áudio original que comprova não se tratar de um áudio montado, Camila resolveu, por livre e espontânea vontade, ir até a Superintendência da Polícia Federal, para registrar a notícia crime contra a senadora Soraya e apresentar o áudio original para a polícia.

A ex-assessora da senadora esclarece, que não teve nada a ver com a elaboração da gravação e que não tinha conhecimento que o áudio estava nas mãos de terceiros. A notícia crime protocolada na Polícia Federal, requer que a justiça realize perícia no áudio original e na íntegra entregue por Camila, comparando com o material entregue pela senadora Soraya Thronicke.

Dos fatos:

A advogada e papiloscopista, Camila de Campos, relatou para a nossa equipe do Cnc News que, no dia 20 de janeiro de 2022, viralizou nas redes sociais, meios de comunicação e grupo de WhatsApp, um vídeo anônimo, onde constava somente a voz da senadora Soraya Thronicke, que em conversa com o interlocutor pedia que cobrassem, de outros parlamentares do estado, como a ministra da Agricultura Tereza Cristina e os senadores, Simone Tebet e Nelsinho Trad, apoio ao presidente Jair Bolsonaro, alegando trata-los de caronistas.

O vídeo teve grande repercussão na mídia por uns três dias, o que causou desconforto na Senadora Soraya Thronicke que logo providenciou um laudo, que de acordo com o documento assinado por um perito, trata-se de uma fake news.

Em posse do laudo, a senadora foi à superintendência da Polícia Federal, onde protocolou uma notícia crime e solicitou a apuração dos fatos. Segundo a senadora, sua ação não se limitou a ir somente na superintendência, mas, garantiu também, ter procurado o Procurador Geral da República, Augusto Aras e o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que preside os inquéritos das fake news, sobre a peça que a mesma iria protocolar na Polícia Federal aqui no estado.

Nas palavras da senadora, o inquérito das fake news que corre hoje no Supremo Tribunal Federal, vai baixar para o Mato Grosso do Sul, haja vista que segundo Soraya, ela estaria sendo vítima de uma fake news.

Para Camila, o caso causa estranheza já que os dias se passaram após a senadora ter ido à PF e nada mais foi mencionado. “Como se a tempestade houvesse passado e a senadora estivesse desfrutando da bonança, acontece que no dia 15 de março, eu de forma discreta, usei o tempo da bonança da parlamentar para reunir provas de forma responsável e, confeccionei uma notícia crime e protocolei na superintendência da PF, apresentando de forma espontânea, a narrativa que desmente o que foi dito pela senadora e, o mais importante, apresentei provas, o áudio na íntegra, o vídeo manipulado e outros documentos. Na Polícia Federal fiz um requerimento para a realização de perícia para desmantelar o circo armado pela senadora. Quero provar que quem produziu fake news, foi a Soraya”, esclareceu Camila.

O que causa estranheza é que mesmo antes de chegar até as autoridades, Camila autorizou a divulgação do vídeo na íntegra no grupo de WhatsApp do blogueiro Alípio Neto, onde encontram-se assessores, jornalistas, colunistas, blogueiros, inclusive assessores da própria senadora Soraya Thronicke, todos de Mato Grosso do Sul, porém nada foi divulgado.