Posição de Portugal sobre escravidão é fruto de cobranças, diz Anielle

Ministra da Igualdade Racial espera medidas concretas

| LUIZ CLAUDIO FERREIRA


© Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Após o presidente de português, Marcelo Rebelo, admitir crimes cometidos por Portugal durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e também indicar reparação, a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, afirmou que seria importante lembrar que essa posição do país é 'fruto de séculos de cobrança da população negra'. A ministra avalia que, a partir de agora, a declaração precisa vir junto com medidas concretas para a reparação.

Em vídeo distribuído à imprensa, a ministra considerou 'muito importante' e 'contundente' a declaração desta quarta-feira (24) feita pelo presidente de Portugal. 'Pela primeira vez, a gente está aqui fazendo um debate dessa dimensão a nível internacional'. 

A ministra chamou a atenção para o fato que a declaração de Marcelo Rebelo ocorrer uma semana depois do Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes da Organização das Nações Unidas, na Suíça. 'Inclusive, várias organizações do movimento negro cobraram a postura mais firme de Portugal justamente sobre esse tema', lembrou.

Anielle, no entanto, espera que as ações concretas de reparação ocorram, já que, em seu olhar, o próprio presidente parece estar se comprometendo a fazer. 

'A nossa equipe já está em contato com o governo português para dialogar sobre como pensar essas ações e, a partir daqui, quais passos serão tomados', adiantou Anielle. 

O próprio presidente Marcelo Rebelo considera que existam tarefas importantes pela frente. 'Pedir desculpas é a parte mais fácil', disse o presidente português.

Edição: Fernando Fraga



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