Favoritismos #2: dicas, palpites e chances de vencer no Brasileirão

O Grêmio é dominante quando recebe o Athletico-PR, mas o técnico Cuca, agora no Athletico, venceu seis jogos e só perdeu três vezes quando enfrentou Renato Gaúcho, do Grêmio, pela Série A desde 2006

| GLOBOESPORTE.COM / BRUNO IMAIZUMI E VALMIR STORTI


Flamengo x São Paulo: saiba tudo sobre o jogo da 2ª rodada do Brasileirão Série A 2024

Após polêmicas e um novo recorde de cartões em uma rodada do Brasileirão, a segunda rodada será aberta nesta terça-feira com Bahia x Fluminense e contará com clássicos nacionais gigantes como Flamengo x São Paulo e Palmeiras x Internacional.

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O Grêmio recebe o Athletico-PR em Porto Alegre. O desempenho em casa tem feito a diferença para a equipe gaúcha, que venceu oito e só perdeu um jogo em casa no ano. Quando visitante, o Grêmio não está conseguindo se impor.

É amplo o domínio gremista quando mandante nesse confronto, com 11 vitórias e duas derrotas nos 16 jogos em que recebeu o Athletico-PR pela Série A desde 2006. Por outro lado, o técnico Cuca, agora na equipe paranaense, quando visitante venceu três vezes e só perdeu duas contra Renato Gaúcho na Série A. No agregado dos mandos, Renato venceu três nos pontos corridos desde 2006, houve quatro empates e seis vitórias de Cuca paranaense.

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Analisamos 103.285 finalizações cadastradas pela equipe do Espião Estatístico em 4.189 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

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Favorito >> Bahia

O Bahia venceu quatro e perdeu um dos últimos cinco confrontos contra o Fluminense com este mando pela Série A, de 2018 para cá. Até o ano anterior, era o Fluminense que dominava.É jogo com forte potencial para gol a partir de jogada aérea, principalmente do Fluminense, que dos últimos dez gols sem contar pênaltis e faltas diretas fez sete após levantar a bola, mesma proporção dos sofridos pelo Bahia, que tem chegado mais ao gol em trocas de passes rasteiros: seis dos últimos dez gols feitos nasceram assim, com destaque para jogadas na faixa central do campo, da frente da pequena área até a intermediária central. No jogo aéreo, o Bahia é muito perigoso nos lançamentos longos do campo de defesa e da intermediária central.

Favorito >> Grêmio

Eis aqui um jogaço! Dois campeões estaduais. É de se esperar que para surpreender mais uma vez, Cuca oriente o Athletico-PR a investir no jogo aéreo: os paranaenses marcaram assim seis dos últimos dez gols e têm a quinta maior influência aérea da Série A na temporada (59%). Foi dessa forma que o Grêmio sofreu nada menos que oito dos últimos dez gols, sofrendo pelo alto metade de seus gols (sem contar pênaltis e faltas diretas).No ataque, a influência aérea do Grêmio é ainda maior no ano: usou bolas altas para marcar 61% de seus gols, terceira maior marca da Série A. E é exatamente aí que está um dificultador para o Grêmio se impor mais uma vez: sem contar um pênalti, o Athletico-PR só sofreu sete gols no ano em 20 jogos, e apenas um a partir de jogada aérea. É de se esperar que o Grêmio precisará de muita frieza para vencer desta vez.

Favorito >> Bragantino

O Bragantino tem o segundo maior favoritismo da rodada, mas vai precisar encurtar muito o espaço do ataque do Vasco, que usou jogadas aéreas para marcar seis dos últimos dez gols, e foi assim que o Bragantino sofreu nada menos que oito dos últimos dez gols. Como avança muito, o Bragantino já sofreu quatro gols no ano com o adversário fazendo lançamentos da defesa ou da região do meio-campo. O Vasco já fez dois gols assim.O ataque do Bragantino tem deixado a desejar neste início de ano. Dos 20 times da Série A, é o que tem a menor média de gols marcados (1,05) no agregado dos mandos, mas a defesa do Vasco tem o terceiro pior desempenho (1,06 gol sofrido). O Bragantino não fez gol em seis de seus 21 jogos (29%), terceiro pior desempenho. No momento, o Bragantino é na temporada toda o pior mandante entre os times da Série A, com o pior ataque, mas com a quarta melhor defesa (0,50). O Vasco, o quarto pior visitante.

Favorito >> Atlético-MG

Não ter superado em casa o Juventude diminuiu um pouco a expectativa sobre como seria o desempenho do Criciúma, uma equipe que só perdeu um dos últimos 12 jogos (5 V, 6 E, 1 D, 58%). O Atlético-MG tem o maior favoritismo desta rodada. Em seus últimos 12 jogos, o Atlético-MG também só perdeu um jogo (7 V, 4 E, 1D, 69%).O Atlético-MG é especialista em trocar passes rasteiros, tendo marcado assim oito dos últimos dez gols, sem contar pênaltis e faltas diretas. Fazer gol assim no Criciúma tem sido uma tarefa árdua: em 21 jogos, a equipe só levou seis gols em trocas de passes. Dois campeões estaduais, e um desafio e tanto para o Atlético-MG depois do empate sem gols fora de casa na primeira rodada contra o Corinthians.É de se esperar que o Criciúma tente surpreender pelo alto: de seus últimos dez gols, marcou seis a partir de jogadas aéreas. O Atlético-MG sofreu metade dos últimos dez gols pelo alto e metade por baixo.

Favorito >> Palmeiras

Um embate de defesas gigantes. Se o Internacional quer conquistar o título que não festeja desde 1979, terá de derrubar o Palmeiras, que busca o tricampeonato consecutivo. A última vitória do Internacional pela Série A com este mando foi em 2014. De lá para cá, seis vitórias do Palmeiras e dois empates. Nesta temporada, o Internacional sofreu apenas nove gols, terceiro melhor desempenho da Série A no ano (média 0,47). Com 13 gols sofridos, o Palmeiras está com a quarta melhor defesa (0,65).O Internacional não sofreu gol em 12 de seus 19 jogos (63%), segunda melhor marca defensiva da Série A no ano. O Palmeira não levou gol em nove de seus 20 jogos (45%), quinta melhor marca.Nesse contexto defensivo, o Internacional pode sonhar em surpreender o Palmeiras porque a defesa do Inter sofreu apenas cinco gols a partir de jogadas aéreas, dois em cruzamentos, apenas, com potencial para conseguir neutralizar o que o Palmeiras tem de mais efetivo: a maior influência aérea ofensiva, com 75% dos gols marcados a partir de bolas altas, 16 gols só em cruzamentos. Imperdível!

Favorito >> Fortaleza

O Cruzeiro dá trabalho quando viaja para enfrentar o Fortaleza, que só venceu um dos três confrontos que teve pela Série A desde 2006. Na reta final do ano passado, o Cruzeiro venceu por 1 a 0. Desta vez, o Fortaleza vive um momento melhor, principalmente defensivamente. Nos últimos seis jogos, quatro como visitante, o Fortaleza sofreu cinco gols, e o Cruzeiro levou 11, fazendo quatro das seis últimas partidas como mandante.As duas equipes venceram na estreia, e a motivação está lá em cima. O Fortaleza vai precisar de cuidados extras com seu espaço aéreo porque sofreu a partir de jogadas aéreas sete dos últimos dez gols, e foi assim que o Cruzeiro marcou seis de seus últimos dez. Tanto nos gols marcados pelo Fortaleza quanto nos sofridos pelo Cruzeiro, metade dos últimos dez gols foram pelo alto e metade por baixo.É jogo para ficar de olho no contra-ataque do Fortaleza. O São Paulo não levava gol dessa forma havia 430 dias, mas, fora de casa, o Fortaleza derrubou essa escrita. Agora, tem nove gols em contragolpes no ano, segunda melhor marca. O Cruzeiro só sofreu dois, mas o São Paulo não tinha levado nenhum em mais de um ano.

Favorito >> Corinthians

Assim como voltou a ocorrer contra o Criciúma, está difícil entrar na defesa do Juventude trocando passes rasteiros, ainda assim, a equipe não vence há cinco jogos (quatro empates e uma derrota, na final do Gaúcho). Porém, a especialidade do Corinthians tem sido explorar a fragilidade aérea dos adversários: o Corinthians marcou nada menos que oito dos últimos dez gols a partir de bolas altas, e o Juventude sofreu assim seis dos últimos dez gols. Jogo com potencial alto de gol aéreo.O Corinthians também sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas o Juventude marcou dessa forma apenas dois dos últimos dez gols. A equipe gaúcha é muito mais efetiva na troca de passes rasteiros: tem a terceira menor influência aérea ofensiva o Juventude entre os times da Série A: 42%. O Corinthians tem a sexta maior (57% na temporada).

Favorito >> Flamengo

O Flamengo segue invicto no ano, sendo que em casa ainda não levou gol em nove jogos. Uma missão e tanto para o São Paulo: passar uma ideia sobre o fosso emocional entre ambas fica fácil se analisados os números como mandante: O Flamengo fez novo jogos, venceu oito e empatou o outro, aproveitamento de 93%, o melhor mandante do ano entre os times da Série A. O São Paulo também fez nove jogos em casa, com quatro vitórias, três empates e duas derrotas (56%), terceiro pior aproveitamento caseiro. Mas desta vez o São Paulo é visitante, o 13º entre os times da Série A.Nunca se deve perder de vista que qualquer coisa pode acontecer quando a bola estiver rolando, mas o espaço aéreo do São Paulo está muito exposto, sendo sofrido a partir de bolas altas oito dos últimos dez gols, sem contar pênaltis e faltas diretas. E foi assim que o Flamengo marcou seis dos últimos dez gols. O São Paulo marcou seis dos últimos dez gols trocando passes rasteiros. O Flamengo só levou três gols em 18 jogos oficiais no ano.

Favorito >> Botafogo

Caiu a sequência de 15 vitórias consecutivas do Atlético-GO, mas a equipe fez frente em casa ao poderio do Flamengo na rodada de abertura, assim como o Botafogo se mostrou competitivo contra o Cruzeiro, fora. O Atlético-GO não terá o técnico Jair Ventura, suspenso por cartão vermelho na primeira rodada. Pela Série A com este mando, o Botafogo não vence o Atlético-GO há três jogos, duas derrotas e um empate (2017, 2021 pelo campeonato de 2020 e 2022). Desde 2006, o confronto está empatado com este mando.O Atletico-GO é o time com mais gols em contra-ataques na temporada (dez), e o Botafogo, o segundo (nove), dois especialistas no assunto, inclusive em se defender dessas jogadas: o Atlético-GO só levou um gol assim em 20 jogos, e o Botafogo sofreu dois em 22 partidas no ano.Os números parecem indicar maior potencial para pênaltis porque o Atlético-GO já teve seis a favor na temporada, segunda maior marca, e o Botafogo, cinco, quinta média. E já foram marcados quatro pênaltis contra o Atlético-GO, segunda pior marca, e três contra o Botafogo, quinta pior marca no ano entre os times da Série A.

Cuiabá x Vitória >> Jogo adiado

Cuiabá joga pela Copa Verde.

Metodologia

Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2024 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 103.285 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 4.189 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Davi Barros, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Roberto Maleson, Roberto Teixeira, Valmir Storti e Zé Victor Meirinho.



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