Brasileiros estão menos felizes em 2019, aponta pesquisa da Ipsos

Para diretora da Ipsos, demora na retomada da economia e desemprego impactaram o humor dos brasileiros

| INFORMATIVOMS/EXAME


Protesto durante o 7 de setembro, feriado do dia da Independência do Brasil (Fabio Vieira/Getty Images)

São Paulo – Os brasileiros estão menos felizes em 2019 do que em 2018, aponta o Estudo Global da Felicidade, conduzido pelo Instituto Ipsos e divulgado nesta quarta-feira, (11).

A lenta recuperação da economia brasileira e as altas taxas de desemprego estão entre os principais motivos que levaram à queda no país. 

Sandra Pessini, diretora da comunicação da Ipsos, explica que em 2018 foi um ano de eleições presidenciais no Brasil e quase sempre que isso acontece, há uma sensação de renovação na esperança das pessoas.

No Brasil, em 2018, 73% das pessoas tinham se declarado felizes. Em 2019, houve uma queda de 12 pontos percentuais para 61%.

“Para os brasileiros, 2019 começou com um alto nível de expectativa. Analisamos que a demora na retomada da economia impacta diretamente na percepção de felicidade da população', afirma Pessini à EXAME.  

Além da questão econômica, acontecimentos como Brumadinho e o incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo afetaram diretamente o humor dos brasileiros. “Notamos que o clima de polarização política nas redes sociais e em grupos de Whatsapp também impactou essa percepção', diz. 

Na América Latina, houve uma queda generalizada na percepção de felicidade das pessoas de um ano para o outro, com exceção do Peru: “54% dos peruanos de declararam felizes ou muito felizes em fevereiro de 2018 e 58% em junho de 2019, ou seja, um aumento de 4 pontos percentuais”.

O estudo da Ipsos mede o nível de felicidade dos países desde 2011 e é conduzida totalmente online. “A pesquisa é representativa da população conectada [com acesso à internet]. No Brasil, esse número representa 70% da população', explica a diretora do instituto.  

A pesquisa entrevistou 20,3 mil pessoas espalhadas em 28 países, entre 24 de maio e 7 de junho deste ano. No Brasil, 1.000 pessoas foram entrevistadas, com margem de erro de 3,5 pontos para mais ou para menos.

BRASILOs impactos da polarização política na saúde mental de brasileiros query_builder 15 out 2018 - 14h10BRASILOs impactos da polarização política na saúde mental de brasileiros query_builder 15 out 2018 - 14h10

O que faz os brasileiros felizes

Pessini explica que a realidade de cada país influencia diretamente nas respostas da pesquisa. No Brasil, a saúde e o bem-estar físico são considerados os mais importantes, entre 29 fontes de felicidade que são citadas . 

Em segundo lugar, ter um emprego que faça sentido (62%) e, depois, ter uma vida que faça sentido (59%). 

Outras fontes, como segurança pessoal, minha condição de vida, ter mais dinheiro e bem-estar religioso ou espiritual apareceram empatados em quarto lugar. 

No mundo, o ranking de importância é diferente, com filhos (48%) e a relação com o parceiro (48%) aparecendo como as principais fontes de felicidade. 

Como está a percepção de felicidade no mundo

“Entre 2011 e 2019 houve de fato uma queda global na percepção de felicidade', afirma Pessini. Para se ter ideia, em 2018, 70% das entrevistadas se consideraram muito felizes ou felizes. Em 2019, esse número foi para 64%. Ao todo, uma queda de 6 pontos percentuais. 

Entre os países que a população se diz mais infeliz, a pesquisa destaca três: Argentina (19%), Turquia (14%) e Japão (11%). 

Os países em que as pessoas se consideram muito felizes estão, em grande parte, no hemisfério norte: Canadá (29%), Austrália, Arábia Saudita e Índia empatados com 28% e, por último, o Reino Unido e os Estados Unidos com 27%. 



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