Quando sua primeira foto com Jair Bolsonaro já eleito presidente da República viralizou nas redes sociais a impressão que o empresário do agronegócio douradense Rodolfo Nogueira passava à galera era a de que estava forçando a barra, querendo se mostrar íntimo no chefe da Nação, até pela forma como se deixou fotografar: muito à vontade, todo refestelado no sofá da casa de Bolsonaro no Rio de Janeiro, entre Nabhan Garcia (chefão da UDR) e o anfitrião. Muito mais pela condição de amigo do presidente eleito do que por sua, a partir de ali, de primeiro-suplente de senador, Rodolfo Nogueira passaria a atuar nos bastidores da política e do poder. De forma mais incisiva, até, que muitos deputados ou senadores, podendo-se se dizer, com atuação mais forte junto ao Planalto e na Esplanada dos Ministérios que as duas bancadas congressuais juntas, por sua proximidade com o Bolsonaro e seu time.

Com um amigo do peito instalado no famoso terceiro andar Palácio do Planalto, Rodolfo Nogueira não se acomodou com a condição de coadjuvante da senadora Soraya Thronicke, com quem travou uma intrincada batalha jurídica, com troca de farpas e até ameaças de morte, no pós-eleição das tão cobiçadas cadeiras do famoso salão azul do Congresso. Conseguiu, na Embratur, o que seria uma sinecura, não fosse ele alguém tão próximo do mandatário máximo da República. Era a credencial que precisava para poder acompanhar o amigo Bolsonaro em seus périplos pelo Brasil e pelo mundo, acumulando milhas no avião presidencial como jamais outro político do estado conseguiu.

Além de despachar na sede da Embratur, em Brasília, onde recebe prefeitos e parlamentares do Estado, Rodolfo Nogueira tem participação ativa na política estadual, falando em nome do amigo-presidente, tanto para resolver questões partidárias como administrativas. Ele só não pode anunciar oficialmente, mas está por trás de muitos dos milhões liberados das emendas parlamentares por deputados e senadores.

Como bolsonarista-raiz, Rodolfo Nogueira já descobre o jeito mais fácil, mais direto e mais barato de chegar aos eleitores. Nas redes sociais tenta acompanhar o ritmo frenético do sempre inquieto do amigo-presidente, de seus filhos e de parlamentares aliados, percebendo-se, já, uma mudança de postura, com aparições mais bem produzidas. Como na mensagem dirigida especialmente aos amigos e eleitores de Dourados, aproveitando o aniversário da cidade e os festejos natalinos e de fim de ano. No melhor estilo do chefe e amigo, também não perdendo a oportunidade para espinafrar adversários do governo federal e, claro, os institutos de pesquisas.

Em uma de suas vidas, teve peito, credem, de colocar o até então temível Sérgio Moro no canto do ringue. Entrou até no oba-oba das famigeradas enquetes, como obtenção os inconformados com os números desfavoráveis ​​dos institutos de pesquisas.

Mais importante. Ao contrário de outros suplentes douradenses, como Celso Dal Lago (duas vezes primeiro-suplente - lá atrás, de Juvêncio da Fonseca; agora de Simone Tebet) ou Eduardo Marcondes (rebaixado de primeiro para segundo-suplente de Ramez Tebet), Rodolfo Nogueira não quer esperar por uma hipotética vacância do cargo da cadeira titular no Senado, no caso Soraya Thronicke, “contentando-se” com uma cadeira na Câmara dos Deputados. Aliás, informalmente, já vem desempenhado como funções, despachando direto com ministros e em autarquias, além de fazer a ponte entre políticos do estado e o Palácio do Planalto, onde tem portas abertas. Já faz campanha para se eleger deputado, pedindo votos em nome do presidente Jair Bolsonaro, que, segundo ele, faz questão do retorno de um deputado federal por Dourados. De preferência, claro, que esse deputado seja Rodolfo Nogueira.