Como a Black Friday de 2019 será inédita

"A tendência é efetivamente do consumidor omnichannel", afirma Gleidys Salvanha, diretora do Google Brasil

| EXAME / KARIN SALOMãO


Black Friday: o consumidor que compra em mais de um canal chegará a 25% do total, contra 7% no ano passado (Jeff J Mitchell/Getty Images)

Enquanto nos Estados Unidos a Black Friday sempre foi voltada às lojas físicas, para limpar o estoque antes da chegada dos produtos de Natal, no Brasil o feriado chegou com foco maior nas vendas online. No entanto, esse cenário está mudando e o evento deste ano deverá ser inédito. Em 2019, pela primeira vez as compras feitas em lojas físicas devem se igualar às realizadas pela internet, de acordo com levantamento realizado pelo Google Brasil.

O Google encomendou uma pesquisa com a Provokers, com 1.500 pessoas de todo o Brasil, e também fez uma pesquisa on-line por meio da ferramenta Google Survey, com 1.000 pessoas de todo o Brasil. “Estamos bem surpresos e felizes com esse dado. Já falamos sobre o equilíbrio entre o online e offline e a tendência é efetivamente do consumidor omnichannel”, afirma Gleidys Salvanha, diretora de negócios para varejo do Google Brasil.

De acordo com a empresa de tecnologia, o consumidor que compra em mais de um canal chegará a 25% do total, contra 7% no ano passado. Por isso, as varejistas precisam estar atentas e conhecer a jornada desse consumidor.

A compra, segundo o Google, começa com uma pesquisa na internet. Dois em cada três brasileiros pesquisa on-line antes de comprar na loja física. Só 27% dos compradores decidiram onde comprar na hora, enquanto 74% tinham ideia ou certeza de qual loja comprar antes.

Mesmo para aqueles que realizam a compra pela internet, as lojas físicas ficam cada vez mais importantes. A modalidade de entrega Retire na Loja é o grande diferencial e 39% dos brasileiros consideram que a opção como muito importante na hora de decidir a loja na Black Friday. Além disso, 24% dos compradores do evento esse ano esperam usar essa forma de entrega para suas compras on-line.

Para o consumidor, essa modalidade elimina o custo de frete e o tempo de entrega, um dos grandes problemas no período de compras da Black Friday. Para os vendedores, é uma chance de vender outros produtos e serviços. “As empresas já perceberam que o consumidor compra em diversos canais e estão se preparando para atendê-lo”, diz Salvanha.

Uma das iniciativas do Google para expandir a multicanalidade de uma loja é mostrar o estoque das lojas físicas em uma pesquisa feita pelo Google shopping, canal de compras do buscador. Quando um varejista faz a integração de seus estoques das lojas físicas com os sistemas do Google, pode até oferecer promoções mais assertivas para os consumidores, sobre um produto que está em uma loja próxima.

Além disso, a expansão da Black Friday no meio físico pode impulsionar o crescimento do feriado. O comércio eletrônico no Brasil ainda é responsável por uma fatia muito pequena das vendas totais, de menos de 5%. Então, com uma chegada mais forte da Black Friday no meio físico, o potencial de crescimento é ainda maior.

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Mais que preço

A pesquisa também mostrou que, apesar do feriado estar baseado nos preços baixos, os consumidores querem mais que isso. 54% dos fatores de escolha na hora da compra estão ligados à confiança e nível de serviço e não ao preço.

A confiança na loja é responsável por 16% da escolha, a confiança na marca e produto por 13%, o pagamento parcelado por 11%, o valor do frete é responsável por 10% e o tempo de entrega, 4%.

Por isso, os serviços são outra grande tendência dessa Black Friday. “O varejo não é mais só o produto e o cliente não escolhe apenas pelo preço”, afirma Diego Venturelli, gerente de insights para varejo do Google Brasil.

Segundo ele, as varejistas buscam fidelizar o consumidor com serviços como carteira digital e cashback. Mais do que conquistar uma compra na Black Friday, esse tipo de serviço aumenta a recorrência durante todo ano.

Em relação ao ano passado, 61% dos consumidores acharam que os preços estavam iguais ou mais caros que na Black Friday do ano anterior. Então, benefícios como condições de pagamento especiais e cupons ganharam relevância.

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Aplicativos

Para centralizar as ofertas desses serviços, as empresas estão investindo cada vez mais em aplicativos. O Brasil figura entre os principais países do mundo na utilização de aplicativos de varejistas: 57% dos e-shoppers brasileiros já realizaram compras através de um aplicativo, segundo o Google.

Esse movimento é ainda mais forte durante a Black Friday: a semana que antecede o feriado é a que mais cresce na taxa de downloads. O número de downloads cresce 27% no período em comparação a 7% no restante do ano, de acordo com a AppAnnie.

Apesar de 36% dos internautas pretendem comprar através de app na BF de 2019, apenas 28% tem o app do seu varejista favorito instalado.



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