Juiz retira sigilo e nova audiência do caso Sophia é marcada para o fim do mês

Mudança de Vara fez com que o processo seguisse por outro caminho, já que, além do sigilo, o juiz determinou que pedidos feitos pela acusação e pela defesa não serão deferidos

| INFORMATIVOMS / CORREIO DO ESTADO - ANA CLARA SANTOS


Juiz retira sigilo e nova audiência do caso Sophia é marcada para o fim do mês - Reprodução

Com a troca do caso Sophia para a 2ª Vara no Tribunal do Júri, uma nova audiência será marcada para o dia 28 de setembro. Desta vez, o plenário será presidido pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, que também decidiu pela abertura do processo que, até então, estava em segredo de justiça. 

De acordo com a decisão judicial, o processo será aberto porque, de acordo com o titular da Vara, o conteúdo é de interesse público. Contudo, o depoimento de crianças e adolescentes, bem como fotos da perícia no local da morte e da vítima irão permanecer sob sigilo, conteúdo que fica reservado às partes do processo. 

Ainda segundo com o publicado, os pedidos feitos anteriormente também serão indeferidos. Assim, a solicitação da acusação para que os celulares de Stephanie de Jesus da Silva e de Christian Leithem, réus pela morte da criança, fossem periciados pela Polícia Federal, não será aceito.

Também será indeferido o pedido de devolução dos aparelhos, feito pela defesa na semana passada. O juiz argumenta que esses pedidos podem travar o processo e atrasar a tramitação, o que já está acontecendo, tendo em vista que o processo não tem avanço há quatro meses. 

Nesta quarta audiência, será ouvida uma última testemunha de defesa e, em seguida, Stephanie e Christian serão interrogados. Ambos estão presos desde o dia 26 de janeiro, dia da morte de Sophia. 

Segundo o processo, as médicas que atenderam a vítima na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Coronel Antonino foram dispensadas de prestar depoimento. 

PEDIDO DE PERÍCIA

Conforme o apurado pelo Correio do Estado, a audiência será marcada mesmo sem o relatório de perícia dos celulares juntado ao processo. A investigação aprofundada nos telefones dos réus foi solicitada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP/MS) no dia 26 de maio, quando Stephanie e Christian sentaram nos bancos dos réus pela terceira vez. 

Embora o pedido tenha sido feito com urgência, a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) não realizou a perícia nos aparelhos e informaram que tiveram acesso apenas ao celular de Stephanie, que entregou a senha espontaneamente quando o objetivo foi apreendido. 

No entanto, a polícia afirma que não foi capaz de destravar o celular de Christian, que não informou a senha. O aparelho é protegido por desenho padrão e digital, assim, não se sabe qual o conteúdo armazenado nele. 

A polícia argumenta que não tem tecnologia capaz de desbloquear celulares e, assim, o único conteúdo mostrado na perícia foram as conversas dele Stephanie com Christian, mas, as mensagens que ela trocou com outras pessoas no dia da morte de Sophia não foram recuperadas. 

Como o prazo expirou dia 10 de agosto sem que nada fosse feito, a assistente de acusação e advogada que representa o casal Jean Carlos Ocampo e Igor Andrade, pais de Sophia, Janice Andrade, entrou com pedido para que os celulares fossem encaminhados para a Polícia Federal. De acordo com ela, a corporação deve ter tecnologia suficiente para romper a senha e ter acesso ao conteúdo do aparelho. 

Ao Correio do Estado, Andrade afirmou que irá solicitar novamente que os celulares passem por perícia e, que se possível, esse processo seja feito pela Polícia Federal. 

Segundo ela, a investigação dos celulares é fundamental para a acusação, já que o casal pode ter diversas informações sobre os maus-tratos sofridos pela menina e também conversas e fotos do dia da morte.

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