Polícia localiza saco plástico usado para sufocar médico achado morto

Peritos acreditam que embalagem azul foi usada para torturar Gabriel Paschoal Rossi

| INFORMATIVOMS / CAMPO GRANDE NEWS - HELIO DE FREITAS, DE DOURADOS


Perito examina HB20 estacionado em frente ao local onde médico foi morto (Foto: Adilson Domingos)

O médico Gabriel Paschoal Rossi, 29, encontrado morto nesta quinta-feira (3) em Dourados (a 251 km de Campo Grande), seis dias após desaparecer, foi torturado. Peritos da Polícia Civil encontraram no local do crime um saco plástico azul, possivelmente usado para sufocar a vítima.

O uso de saco plástico para causar sufocamento ficou conhecido no filme “Tropa de Elite', em que o capitão Nascimento (personagem vivido pelo ator Wagner Moura) torturava moradores dos morros cariocas para descobrir o esconderijo de traficantes.

De acordo com a polícia, Gabriel, ainda usando o jaleco médico, estava morto sobre a cama de uma casa de temporada localizada na Rua Clemente Rojas, na Vila Hilda, na região sul de Dourados.

O corpo estava com as mãos amarradas com o fio de energia da TV e as pernas com o cabo de carregador de celular, mas a polícia ainda não sabe se os membros foram amarrados antes ou depois da morte.

Havia manchas de sangue na parede, sinais de estrangulamento e ferimento no pescoço, que pode ter sido provocado por objeto pontiagudo ou até mesmo pelo sufocamento. O corpo já estava em estado de decomposição, indicando que a morte ocorreu há pelo menos 5 dias.

Gabriel desapareceu após sair do plantão em unidade de saúde da cidade na sexta-feira (29). No dia seguinte, não apareceu para trabalhar no hospital onde estava de plantão. Natural do Rio Grande do Sul, ele se formou em medicina na UFGD em março deste ano.

O carro dele, um HB20 prata, estava estacionado em frente à casa, alugada por temporada. Nos últimos dias, vizinhos ficaram intrigados com o veículo parado ali. Uma moradora se aproximou e conseguiu ver que dentro do veículo havia um jaleco usado por profissionais de saúde.

Na noite de ontem, ao passar pelo corredor perto da casa, ela sentiu forte mau cheiro e percebeu concentração de moscas. Hoje cedo, a irmã mandou mensagem perguntando se ela estava sabendo do médico desaparecido.

Como já sabia do carro com jaleco dentro, parado há vários dias na casa vizinha da irmã, ela indagou a moradora se poderia haver ligação com o médico desaparecido. “Na hora eu saí correndo e liguei para a Polícia Militar. Passei o número da placa e eles [PMs] disseram que era o carro do médico', contou a moradora.

O delegado Erasmo Cubas, chefe de investigações da 1ª Delegacia de Polícia, esteve no local onde o corpo foi encontrado. Segundo ele, o desaparecimento do médico só foi comunicado formalmente à polícia ontem e imediatamente, policiais civis e militares começaram a trabalhar no caso.

“Ainda ontem conseguimos identificar que o veículo não havia saído de Dourados. A última localização dele foi retornando de Ponta Porã. Aí passamos a trabalhar para localizar o veículo, o que aconteceu hoje cedo', afirmou o delegado.

Segundo Erasmo Cubas, ainda é prematuro falar nos motivos do assassinato. O corpo foi levado para o Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal). Gabriel Rossi morava em um apartamento no Jardim Universitário, do outro lado da cidade.

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