Com lombadas desligadas, motoristas aceleram em pontos de risco nas ruas de Dourados

| DOURADOSNEWS / VINICIOS ARAúJO


Foto: Vinicios Araújo/Dourados News

Uma semana após o desligamento das lombadas eletrônicas em Dourados, os motoristas já começam a mostrar que o que importa não é a segurança nos pontos de risco, mas sim a cobrança das multas. 

Nesta manhã o Dourados News visitou três locais onde há equipamentos instalados: na Avenida Joaquim Teixeira Alves, aos fundos da Rodoviária Renato Lemes Soares, na Rua Palmeiras, há cerca de 100 metros do Cemitério Municipal, e na Avenida Weimar Torres, em frente à Escola Estadual Menodora Fialho de Figueiredo. Em todos foi possível registrar alta velocidade dos usuários. 

No primeiro, a velocidade permitida é de 40 quilômetros por hora. A via é o principal ponto de acesso à rua Coronel Ponciano e às dependências da rodoviária. Centenas de veículos trafegam pelo local diariamente e por conta da avenida espaçosa e de asfalto recém recapeado, motoristas e motociclistas imprudentes não perdem a oportunidade de superar o limite aumentando o risco de acidentes. Lá percebemos um fluxo de pedestre e ciclista reduzido comparado aos outros dois locais visitados. 

Na lombada da rua Palmeiras, nas proximidades com o Cemitério Municipal, não foi preciso muito tempo para que os primeiros flagrantes fossem registrados, principalmente no sentido leste/oeste.

Com a pista em declínio, quem vem da rua Coronel Ponciano acaba excedendo bastante o limite de 40 quilômetros por hora. A via é margeada por ciclofaixa, inclusive com fluxo bastante intenso de pessoas. 

A jovem Érica Stefany Oliveira Góes, 18, afirmou que transita ali pelo menos uma vez ao dia e garante que não há mais nenhuma preocupação por parte da maioria dos motoristas e motociclistas com a velocidade. “Com a vida eles não estão preocupados não, só param mesmo lá embaixo, no quebra-molas”, relata. 

Outro que mora na região é o José Fernandes. Ele, que também é motorista, concilia o volante com uso da bicicleta. José relata que tem percebido com frequência a imprudência dos motoristas. Agora, sem o monitoramento das lombadas, não há preocupação mais com a segurança na via. 

“Grande parte aproveita que está desligado e acelera. Eu não concordo com esse desligamento não, isso aí logo logo vai fazer aumentar o número de acidentes, pode esperar. As pessoas, pelo visto só respeitam se tiver risco de multa”, comenta.

Ele acredita que a imprudência é bem mais incidente entre os motociclistas. José mora nas proximidades daquele ponto há cerca de 20 anos e disse já ter visto muitos acidentes lá. 

Já em frente à Escola Estadual Menodora Fialho de Figueiredo a situação não é diferente. Muitos veículos ainda reduzem, mas há quem avance o limite de 30 quilômetros por hora sem se preocupar com a saída de alunos, pais e funcionários da unidade de ensino.

Graciele Alves trabalha na escola. Ela afirma que a imprudência no local voltou a ser uma realidade, antes suprimida pelo monitoramento.

“Isso só mostra que a preocupação mesmo é com as multas né, o que é o menos importante comparado à vida e à segurança das pessoas. Em vários locais da cidade ninguém reduz”, lamenta.

DESLIGAMENTO

O desligamento dos 34 equipamentos aconteceu entre os dias 15 e 20 deste mês devido a dívida do Governo do Estado com a empresa Perkons. O valor do débito supera os R$ 10 milhões e a proposta do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) é quitar a dívida de forma parcelada. 

Conforme noticiado pelo Dourados News na semana passada, o diretor-presidente do órgão Luiz Rocha, disse em entrevista coletiva que pretende rescindir o contrato com a Perkons para prestação de serviço das lombadas eletrônicas. 

Para isso deverá ser preparado um edital de convocação de prestadoras interessadas para o serviço. Até lá os equipamentos seguem desativados. 



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