Mulher recebe visita de 18 araras azuis no quintal e fotógrafo da natureza registra cena inusitada

Aves foram flagradas durante a gravação de um documentário, no distrito de Camisão, em Aquidauana.

| INFORMATIVOMS / G1MS


Uma moradora recebeu uma visita inusitada de 18 araras azuis no distrito de Camisão, em Aquidauana, a 140 km de Campo Grande. O flagrante do grupo de aves foi feito pelo empresário Reginaldo Moreira que acompanhava um fotógrafo durante a gravação de um documentário. (Assista o vídeo acima).

As imagens postada em uma rede social no última quinta-feira (11), mostra o fotógrafo da natureza André Bittar deitado no chão em busca do melhor ângulo das araras. Algumas no chão e outras em cima de uma cerca em busca de alimentos.

Segundo a bióloga Neiva Guedes, maior especialista do país em araras-azuis, esse é um momento em que as aves estão terminando o período de reprodução e por conta da cheia no Pantanal, muitas migram para lugares mais secos e costumam andar em grupos em busca de alimentos.

Urubu-rei é flagrado no 'topo' da cachoeira mais alta de MSBiólogo do MS registra fotos '3x4' de pássaros e imagens 'bombam' na internet'Big Brother' da natureza, câmera flagra passeio de onça, anta, lobinho em MSMaior águia das Américas é flagrada carregando macaco em MSSucuri de 5 metros usa escada para 'tomar sol' em balneário de Bonito

"No vídeo aparecem 16, mas são 18 araras azuis. O Bittar estava acompanhado com mais dois amigos e eles queriam pegar imagens dessas aves. Foi um encontro incrível", explicou ao G1.

Ainda de acordo com Moreira, a dona da casa disse que as aves aparecem região sempre em busca de alimentos. No dia do flagrante, o fotógrafo da natureza que gravava um documentário sobre seu trabalho, estava há dois dias em busca do encontro com as araras.

"Eles ficaram encantados com tantas araras juntas. O grupo [aves] estava tão tranquilas que nem se preocupou com a nossa presença. As imagens ficaram fantásticas" finalizou.

Risco de voltar à lista dos animais ameaçados de extinção

A bióloga Neiva Guedes, fez sobrevoos e visitas a campo no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em setembro de 2020, para verificar os impactos das queimadas sobre a espécie, período em que mais de 4 milhões hectares do bioma foi destruído pelos chamas. Segundo a especialista, neste ano terá um avaliação para verificar se a espécie voltará ou não para a lista de extinção.

Na época, a especialista encontrou um cenário desolador: extensas áreas queimadas, perda de habitat, animais com fome e indícios do aumento da captura das aves para venda por traficantes de animais. Para Guedes, as araras-azuis podem voltar para a lista de animais ameaçados de extinção.

Segundo Neiva, que é presidente do Instituto Arara Azul, o período de pós-fogo trouxe muita fome significou perda de habitat para a espécie. No Pantanal de Mato Grosso, ela cita a região do Barão de Melgaço, onde se concentra a maior população de araras-azuis livres na natureza. Já em Mato Grosso do Sul, ela fala do município de Miranda, região oeste do estado, onde está o Refúgio Ecológico Caiman, considerado o maior centro de reprodução da espécie.

Como as araras são "especialistas" e comem somente frutos das palmeiras acuri e bocaiuva, o que restou como alternativa foram os frutos queimados. Ainda conforme Neiva, isso causou lesões, semelhante a queimaduras, na cloaca (órgão por onde aves e alguns outros animais excretam seus resíduos orgânicos: fezes e urina). Outro problema foi a perda de ninhos, por conta das árvores incendiadas.

Na questão criminal, o que preocupa os especialistas da espécie é a continuidade do tráfico deste animais.



PUBLICIDADE
PUBLICIDADE
PUBLICIDADE