Vereadores são denunciados por tráfico de influência em projetos habitacionais

Documento protocolizado na manhã de hoje na Câmara Municipal pede abertura de comissões processantes contra três parlamentares

| 94 FM DOURADOS / ANDRé BENTO


Denúncia de tráfico de influência pesa contra três vereadores de Dourados (Foto: Divulgação)

Três vereadores de Dourados foram denunciados por suposto tráfico de influência para beneficiar familiares e assessores em projetos habitacionais no município. Documento protocolizado na manhã desta quarta-feira (21) na Câmara Municipal pede abertura de comissões processantes contra Cido Medeiros (DEM), Cirilo Ramão (MDB), e Romualdo Ramin (PDT).

Caso sejam aceitos pelo presidente da Casa de Leis, vereador Alan Guedes (DEM), os pedidos podem resultar na abertura de processantes que visam analisar até mesmo a possibilidade de cassação dos mandatos. Contudo, o chefe do Legislativo informou à 94FM que ainda não houve tempo hábil para as devidas análises e consequente decisão.

Nos três casos, a denúncia cita Inquérito Civil Público instaurado pelo MPE-MS (Ministério Público Estadual) para apurar irregularidades na seleção de beneficiários no Projeto Lote Urbanizado da Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul) em convênio assinado com a Agência Municipal de Habitação de Dourados.

Contra Cido Medeiros, o denunciante afirma haver indícios de que a prática do crime de tráfico de influência ocorreu porque a coordenadora de um movimento social por moradia teria indicado a pedido do vereador uma assessora do mesmo para ser contemplada, “sem realização das triagens por assistente social da ONG Instituto Nossa Casa de Dourados, que apenas emprestou a documentação constituitiva a Municipalidade para a assinatura do convênio com o Governo do Estado'.

Quanto a Cirilo, a denúncia diz que ele indicou um assessor parlamentar para ser beneficiário do programa, também com a chancela da líder comunitária que preside o movimento social por moradia. 

No caso de Ramin, o beneficiário do mesmo programa habitacional, por sua indicação, seria um assessor parlamentar lotado no gabinete de quem também seria primo de terceiro grau, além de outros parentes do mesmo.

O vereador Cido Medeiros foi procurado pela reportagem da 94FM e por telefone disse estar tranquilo para provar que a denúncia não procede e alegou ter ficado surpreso.

“Eu tenho a falar que estou surpreso, não sei o que dizer de uma situação dessas, nem sabia que a pessoa que trabalha para mim tinha inscrição. Fiquei sabendo hoje. Essa denúncia para mim é infundada. Não sei qual o interesse. A minha filha foi sorteada para apartamentos há uns quatro anos e eu pedi para ela desistir por ser minha filha. Essa denúncia coloca em cheque até o Ministério Público, porque é sorteio e todo sorteio tem promotor acompanhando. Eu quero que averigue e se eu não dever o denunciante vai ter que responder', alegou à 94FM.

A 94FM tentou contato com o vereador Cirilo Ramão, mas não foi atendida nos números que a reportagem obteve. Caso ele queira se manifestar, tem desde já espaço garantido. 

Já o vereador Romualdo Ramin atendeu a ligação da 94FM, mas alegou que precisaria inteirar-se da denúncia antes de fazer alguma declaração, motivo pelo qual foi informado pela reportagem que poderá se manifestar quando preferir.



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