Esportes
Saque a 122km/h, saltos a 3m: veja números do Brasil rumo ao Mundial
Seleção brasileira usa monitoramento de dados para aumentar potência da equipe em quadra. Nesta sexta, equipe dá início à busca pelo quarto título contra Cuba, às 6h, na Eslovênia
| GLOBOESPORTE.COM / JOãO GABRIEL RODRIGUES
Os treinos são repetidos à exaustão. No caminho à forma ideal, a seleção brasileira masculina usa a tecnologia para monitorar e buscar desenvolver ainda mais o grupo. Às vésperas do Mundial de vôlei masculino 2022, a comissão técnica colheu dados durante a preparação para tentar explorar de maneira eficiente as qualidades de cada um dos 14 jogadores que vão representar o país na competição. O Brasil estreia nesta sexta-feira, às 6h, contra Cuba, em Liubliana, na Eslovênia. O sportv2 transmite ao vivo, e o ge acompanha tudo em tempo real.
Durante os treinos, os jogadores usam aparelhos que colhem dados em tempo real. Cada salto, ataque, saque ou bloqueio é contado, com as informações enviadas diretamente para o sistema usado pela comissão. Renato Bacchi, preparador físico da equipe de Renan Dal Zotto, é o responsável por colher e analisar os elementos colhidos a cada treino ou jogo.
O ge teve acesso a alguns desses dados. Em números, é possível entender a força do saque de Darlan, por exemplo. O oposto chega a sacar a 122km/h – o ritual inspirado em “Naruto' parece ajudar. As informações mostram, também, como Lucão sobe a mais de três metros no bloqueio, enquanto o maior alcance de ataque é de Flávio.
Monitoramento é essencial para extrair o melhor dos jogadores em quadra
Os dados, claro, variam de acordo com o dia. O monitoramento, porém, é essencial para que se consiga identificar qualquer questão. Se um determinado jogador, por exemplo, não está conseguindo alcançar a altura média de seus saltos no bloqueio em um jogo é possível que haja algum problema físico.
As informações também ajudam a potencializar os atributos de cada jogador. Com os dados, é possível entender onde cada um rende melhor dentro de quadra.
- Desde 2015, no ciclo olímpico para o Rio 2016, começamos a monitorar o treinamento com o objetivo de entender melhor as cargas impostas pelos treinamentos e jogos. Monitorar as cargas permite acompanharmos o desempenho individual. Também auxilia os treinadores a terem uma fotografia do desempenho de cada atleta diante dos trabalhos impostos – diz Bacchi.
Os relatórios são analisados a cada treino ou jogo. O objetivo principal, segundo Bacchi, é comparar cada atleta consigo mesmo, além de monitorar a evolução e a capacidade física de cada um e da equipe desde o início dos treinamentos.
- Após cada jogo ou cada sessão de treinamento, temos um relatório com a quantidade de saltos de cada atleta, assim como a altura atingida em cada salto. Isso nos permite, além de análises coletivas sobre o trabalho imposto, termos uma impressão digital de cada atleta. O objetivo principal é comparar cada atleta consigo mesmo e monitoramos sua evolução, mas também coletivamente.
- Ao final de uma semana de trabalho, temos uma informação mais precisa da carga imposta de treinamento, volume de trabalho por atleta na semana, volume saltos dos atletas de cada posição, intensidade de cada sessão, intensidade total da semana. Esses dados reunidos nos permitem planejar melhor a sequência de trabalhos e evitar estarmos abaixo ou acima da carga ótima de treinamento.
O Brasil começa seu caminho no Mundial nesta sexta, contra Cuba. Na sequência, encara Japão e Catar em busca de um lugar na próxima fase da competição. Dono de três títulos em cinco finais seguidas, entre 2002 e 2018, a seleção de Renan Dal Zotto tenta o quarto troféu.