Análise: São Paulo encurrala o Flamengo, mas paga pelos erros contra um rival letal

Tricolor peca nas finalizações, falha defensivamente e se complica na Copa do Brasil

| GLOBOESPORTE.COM / JOSé EDGAR DE MATOS


Patrick foi bem, mas parou duas vezes em Santos; faltou eficiência ao São Paulo — Foto: Marcos Ribolli

O São Paulo fez um bom jogo. Daqueles que terminaram com elogios de Rogério Ceni e do próprio torcedor. Porém, diante de um rival letal como o Flamengo, você precisa ser eficiente. E o time não foi, longe disso, na noite de quarta-feira, no Morumbi. A consequência vem pesada, em forma de derrota na primeira semifinal da Copa do Brasil.

O Tricolor chutou mais (26 a 7), controlou boa parte do jogo e incomodou o rival. Entretanto, sobrou eficiência do outro lado, e o Flamengo fez 3 a 1 para ficar muito perto de uma vaga na final.

As mais de 51 mil pessoas testemunharam um São Paulo agressivo e resiliente. Agressivo pelo trabalho com bola no ataque e a postura adiantada, especialmente no segundo tempo. Resiliente por seguir acreditando mesmo com uma desvantagem de dois gols.

A fome é uma marca deste trabalho de Rogério Ceni. Porém, há limitações evidentes quando se encara o Flamengo. O fim parecia animador, com Rodrigo Nestor diminuindo o placar. Mas, na qualidade de Everton Cebolinha, os visitantes reabriram dois gols de diferença e vivem uma situação confortável para o confronto do dia 14, a partir das 21h45 (de Brasília).

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Errar contra o Flamengo custa, ainda mais quando se repete o erro. Assim como no gol de Lázaro no Brasileirão, um cruzamento da esquerda encontrou outro atleta com liberdade. Nesta quarta, João Gomes tocou direto para o gol.

A abertura do placar veio diante de uma transição lenta do São Paulo. O time da casa teve o escanteio a favor. Santos saiu jogando com Filipe Luis, que carregou a bola de área à área, praticamente, sem ser incomodado. O lateral tocou para Everton Ribeiro, também livre, cruzar para um João Gomes sem a cobertura de Patrick.

O São Paulo se ajustou e conseguiu em alguns momentos controlar a equipe adversária. As combinações entre Reinaldo e Patrick pela esquerda, especialmente, deram volume.

A dupla constantemente se apresentava com superioridade numérica e dificultava a marcação de Rodinei. Pela esquerda, o jogo funcionava. Pela direita, porém, a noite tecnicamente ruim de Igor Vinicius, no primeiro tempo, e Igor Gomes, que saiu no intervalo, deixava a equipe desequilibrada e mais previsível.

Diante dessas combinações, Patrick surgiu como o grande destaque. Mesmo com a recuperação lenta no gol flamenguista, que deu espaço para João Gomes, o meia fez Santos trabalhar duas vezes e apareceu como o jogador mais influente do São Paulo no jogo.

Apesar do domínio e da superioridade nas finalizações a gol no primeiro tempo (5 a 1), o Tricolor pecou no meio-campo. Igor Gomes viveu noite ruim tecnicamente, e Ceni apostou em Galoppo para elevar o nível do setor e criar alternativas de ataque.

Sem minutos nos últimos três jogos, o argentino entrou participativo e equilibrando mais o São Paulo ofensivamente. O período de reclusão e direcionamento para treinos deu certo, e a contratação mais cara do time na janela sustentou o embalo da equipe.

Entretanto, errar contra o Flamengo custa, como já citamos neste texto. Jandrei não conseguiu afastar de vez um cruzamento de Arrascaeta, e a bola sobrou nos pés de Everton Ribeiro, que exigiu aí sim boa defesa do goleiro são-paulino. No rebote, Gabriel ampliou.

O abatimento foi instantâneo, mas rápido. A postura são-paulina acabou recompensada por um dos atletas que mais insistiram. Rodrigo Nestor não vivia grande noite, mas recolocou o São Paulo no duelo ao aproveitar assistência de Igor Vinicius e diminuir o placar.

O gol trouxe um sentimento de justiça para o confronto e transformou a atmosfera no Morumbi. O melhor momento do torcedor gerou um efeito imediato no time, que ocupou o campo de ataque, especialmente pela esquerda diante de um Welington que trouxe fôlego para o melhor setor da equipe nesta noite.

Contudo, a velha falta de eficiência durante a maior parte dos 90 minutos se mostrou cruel. O São Paulo não possui atletas da qualidade de Arrascaeta e Everton Cebolinha, que, em segundos, recolocaram o Morumbi em silêncio. A esperança de 1 a 2 virou desolação por 1 a 3.

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