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Favoritismos #23: veja chances de vitória de cada equipe na rodada do Campeonato Brasileiro
Atlético-MG é contra o Goiás o maior favorito da rodada que conta com mandantes predominando no potencial de vitória e clássico Palmeiras x Flamengo marcado por disputa de espaço nas áreas
| GLOBOESPORTE.COM / VALMIR STORTI
O Atlético-MG é o maior favorito da rodada com probabilidade de vitória de 63%. Já o visitante Goiás é a maior zebra, com chances de vitória de 16%. Nesta rodada, nove dos dez mandantes são favoritos, com exceção do Avaí, com 30% de possibilidades de vitória, e que recebe o Internacional, com 45% de chances.
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Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 89.135 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.629 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
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Favorito >> Atlético-MG
O Atlético-MG é o 12º mandante do Brasileirão (5 V, 3 E, 3 D, 55%), e o Goiás, o quinto pior visitante (2 V, 3 E, 6 D, 27%). O Atlético-MG é o terceiro mandante que mais finaliza (17,2%), com a 13ª eficiência, um gol a cada 11,8 conclusões. O Goiás é o terceiro visitante que mais sofre finalizações (17,9), com a quinta maior resistência forasteira, um gol sofrido a cada 11,6 conclusões contrárias. No ataque, o Goiás é o 11º visitante em finalizações (10,8), com a 11ª eficiência, um gol sofrido a cada 13,2 conclusões contrárias. A defesa do Atlético-MG é a que menor permite finalizações a visitantes (7,9), mas tem a menor resistência a elas, um gol sofrido a cada 6,7 conclusões contrárias. Sete dos últimos dez gols sofridos pelo Atlético-MG nasceram em trocas de passes rasteiros; o Goiás fez quatro dos últimos dez gols assim. O Atlético-MG fez metade dos últimos dez gols por cime e metade por baixo, e o Goiás sofreu seis dos últimos dez por baixo..
Favorito >> Fluminense
O Fluminense é o quinto melhor mandante do Brasileirão (7 V, 1 E, 3 D, 67%), e o Coritiba, o pior visitante (0 V, 2 E, 8 D, 7%). O Coritiba é a equipe que mais finaliza em contra-ataques (53), e o Fluminense, o que menos faz isso (23). O Coritiba fez cinco gols assim (oitava marca), e o FLuminense, quatro (nona). O Coritiba é o time que mais sofreu gols em contragolpes (7) e o que mais sofreu dessas finalizações (55). O Fluminense é o sexto mandante que mais finaliza (15,9), com a sétima eficiência, um gol a cada 9,2 tentativas. O Coritiba é o quinto visitante que mais sofre finalizações (16,5) e tem a menor resistência a elas, um gol sofrido a cada 7,9 conclusões contrárias. No ataque, o Coritiba é o terceiro visitante que mais finaliza (14,4), mas com a segunda menor eficiência, um gol a cada 18 chances. O Fluminense é o terceiro mandante que menos sofre finalizações (9,6), com a quinta menor resistência a elas, um gol sofrido a cada 9,6 conclusões contrárias ou um gol por jogo. Fluminense vai precisar de cuidado com o jogo aéreo porque o Coritiba fez oito dos últimos dez gols dessa forma, e o Flumiense sofreu seis. O Coritiba levou sete dos últimos dez gols pelo alto, já o Fluminense fez só três dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas.
Favorito >> Juventude
O Juventude é o pior mandante do Brasileirão (2 V, 3 E, 6 D, 27%), e o Botafogo, o sexto melhor visitante (4 V, 2 E, 5 D, 42%). Juventude já cometeu cinco pênaltis (terceira maior marca), e o Botafogo já teve três a favor (sétima marca). O Juventude é o 11º mandante em finalizações (14,2), com a segunda menor eficiência, um gol a cada 26 tentativas. O Botafogo é o 11º visitante em finalizações sofridas (14,5), com a décima resistência, um gol sofrido a cada 10,6 conclusões contrárias. No ataque, o Botafogo é o sexto visitante que mais finaliza (12,3), com a quinta menor eficiência, um gol a cada 15 tentativas. O Juventude é o sexto mandante que mais sofre finalizações (12,1), com a quarta menor resistência, um gol sofrido a cada 9,5 conclusões contrárias. O jogo tem potencial para gol do Botafogo a partir de jogada aérea porque o Juventude sofreu assim oito dos últimos dez gols, e o Botafogo fez assim seis dos últmimos dez. O Juventude também usou bola alta para fazer oito dos últimos dez gols, mas o Botafogo só sofreu três dos últimos dez gols nessas jogadas.
Favorito >> Palmeiras
Este jogo daria um livro (ou uma série): entre as grandes virtudes do Flamengo está ser a equipe com maior proporção de finalizações de dentro da área (65,4%), de onde é menos difícil fazer gol, enquanto o Palmeiras faz 57,5 de suas finalizações de dentro da área, quinta maior influência. Estão empatadas com 33 gols feitos de dentro da área, maiores marcas da competição, sem entrar na conta os gols contra (que não têm finalização). Dos 37 gols feitos pelo Flamengo, 89% foram finalizados de dentro da área (oitava influência) e dos 36 gols feitos pelo Palmeiras (sem contar um gol contra), 92% tiveram finalização de dentro da área (sexta influência). O jogo, que já nasce histórico, terá um confronto interessantíssimo porque o Palmeiras é a equipe que proporcionalmente menos permite a rivais finalizarem de dentro de sua área (45%), e o Flamengo é a segunda que menos permite essas finalizações (48%). Será na eficiência: o Palmeiras é o mandante que mais finaliza (18,6), com a oitava eficiência, um gol a cada 9,3 tentativas. Potencial médio para dois gols. O Flamengo tem a quarta defesa visitante que menos permite finalizações a mandantes (12,4), com a 11ª resistência, um gol sofrido a cada 10,5 conclusões contrárias. No ataque, o Flamengo é o sexto visitante que mais finaliza (12,3), com a sexta eficiência, um gol a cada 11,3 tentativas. O Palmeiras é a sétima defesa mandante em finalizações sofridas (10,5) e tem a sétima resistência a elas, um gol sofrido a cada 16,6. O Palmeiras é o quarto melhor mandante do Brasileirão (7 V, 2 E, 2 D, 70%), com o terceiro melhor ataque (22 gols, média 2,00) e a sexta defesa caseira (9 gols sofridos, 0,82). O Flamengo é o sexto melhor visitante (4 V, 2 E, 5 D, 42%), com o quinto melhor ataque (12 gols, média 1,02), e a sétima defesa (14 gols sofridos, 1,27). As duas equipes estão empatadas tanto em gols marcados em contra-ataques (seis, segunda maior marca) quanto em sofridos (quatro, nonas marcas). Há potencial para gol do Flamengo a partir de jogadas aéreas porque fez seis gols assim entre os últimos dez, mesma proporção dos sofridos pelo Palmeiras. O Flamengo sofreu sete dos últimos dez a partir de jogadas aéras, mas o Palmeiras fez nove dos últimos dez usando passes rasteiros.
Favorito >> Bragantino
O Bragantino é o sétimo mandante (6 V, 2 E, 3 D, 61%), e o Ceará, o sexto visitante (3 V, 5 E, 3 D, 42%). O Bragantino tem a nona eficiência, um gol a cada 9,3 conclusões, com média de 15,7 tentativas por jogo (sétima marca). O Ceará é a décima defesa em finalizações sofridas (13,8) com a terceira maior resistência forasteira, um gol sofrido a cada 15,2 conclusões contrárias. No ataque, o Ceará é o quarto visitante que mais finaliza (14,1), com a quarta menor eficiência, um gol a cada 15,5 chances. O Bragantino tem a décima resistência mandante, um gol a cada 13,2 conclusões contrárias, e a décima média de finalizações sofridas (10,8).
Favorito >> Santos
O Santos é o nono mandante (5 V, 4 E, 2 D, 58%), e o São Paulo, o 12º visitante (1 V, 7 E, 3 D, 30%). O Santos já teve seis pênaltis marcados contra (segunda pior marca), e o São Paulo já teve seis marcados a favor (terceira maior marca). O Santos é o décimo mandante em finalizações (14,6), com a décima eficiência, um gol a cada 9,5. O São Paulo é o sexto visitante que menos sofre finalizações (12,6), com a 14ª resistência a eles, um gol sofrido a cada 9,9 conclusões contrárias. No ataque, o São Paulo é 13º em finalizações (10,7), com a 14ª eficiência, um gol a cada 14,8 tentativas. O Santos é o segundo mandante que mais sofre finalizações (15,8), com a quinta maior resistência a elas, um gol sofrido a cada 17,4 conclusões contrárias. Há potencial para gol do Santos a partir de jogadas aéras porque a equipe fez assim seis dos últimos dez gols, e o São Paulo levou dessa forma oito dos últimos dez gols. O São Paulo fez e o Santos sofreu metade dos últimos dez gols em passes rasteiros e metade em jogadas aéreas.
Favorito >> Fortaleza
O Fortaleza é o terceiro pior mandante (2 V, 6 E, 3 D, 36%), mas venceu os últimos três jogos e é um dos líderes do returno. O Corinthians é o quarto melhor visitante (4 V, 3 E, 4 D, 45%). O Corinthians fez nove dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Fortaleza sofreu assim seis dos últimos dez. O Fortaleza fez oito dos últimos dez usando bolas altas, mas o Corinthians só levou três dos últimos dez dessa forma. O Fortaleza é o quarto mandante que mais finaliza (16,9), mas tem a pior eficiência, um gol a cada 26,6 tentativas. O Corinthians tem a terceira menor resistência visitante, com um gol sofrido a cada 8,4 conclusões contrárias e média de 12,9 finalizações sofridas por partida (sétima marca). No ataque, o Corinthians é o terceiro visitante que menos finaliza (8,8), mas o mais eficiente, com um gol a cada 8,1 tentativas. O Fortaleza é o sexto mandante que menos sofre finalizações (10,4), com a segunda maior resitência caseira, um gol sofrido a cada 19 conclusões contrárias..
Favorito >> Atlético-GO
O Atlético-GO é o quinto pior mandante (4 V, 2 E, 5 D, 42%), e o Cuiabá, o quinto pior visitante (3 V, 0 E, 8 D, 27%). O Cuiabá é a equipe que menos sofre finalizações em contra-ataques (26), mas curiosamente já sofreu cinco gols assim (13ª marca). É pior proporção de gols sofridos em contragolpes. O Atlético-GO é o quarto time que mais finalizou em contra-ataques (47) e o segundo que mais fez gols assim, seis. É a quinta maior eficiência. O Atlético-GO é o quinto mandante que mais finaliza (16,0), com a quinta pior eficiência, um gol a cada 14,7 tentativas. O Cuiabá é o nono visitante em finalizações sofridas (13,5), com a 13ª resistência, um gol sofrido a cada 9,9 conclusões contrárias. No ataque, o Cuiabá é o segundo visitante que menos finaliza (8,7), com a 13ª eficiência, um gol a cada 13,7 tentativas. O Atlético-GO é o sétimo mandante em finalizações sofridas (10,5), com a 12ª resistência, um gol sofrido a cada 11,6 conclusões contrárias.
Favorito >> Athletico-PR
O Athletico-PR é o terceiro mandante (6 V, 3 E, 1 D, 70%), e o América-MG, o 12º visitante (3 V, 1 E, 7 D, 30%). O Athletico-PR é o sexto mandante que menos finaliza (13,4), com a quinta maior eficiência, um gol a cada 8,9 tentativas. O América-MG é o sexto visitante que mais sofre finalizações (16,4), com a quarta maior resistência forasteira, um gol sofrido a cada 13,8 conclusões contrárias. No ataque, o América-MG é o oitavo visitante em finalizações (11,3), com a pior eficiência forasteira, um gol acada 24,8 chances. O Athletico-PR é o terceiro mandante que mais sofre finalizações (13,9), com a sexta maior resitência, um gol sofrido a cada 17,4 conclusões contrárias. As duas equipes sofreram seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, o América fez oito dos últimos dez gols em trocas de passes rasteiros, e Athletico-PR marcou metade dos últimos dez por baixo e metade pelo alto..
Favorito >> Internacional
O Avaí é o 12º mandante (5 V, 3 E, 3 D, 55%), e o Internacional, o sexto melhor visitante (3 V, 5 E, 3 D, 42%). O Avaí tem a terceira maior eficiência mandante, um gol a cada 7,8 tentativas, mas a terceira menor média de finalizações (12,0). O Interncional é o quinto visitante que menos sofre finalizações (12,5), com a sexta resistência a elas, um gol sofrido a cada 11,4 tentativas. No ataque, o Internacional tem a 13ª média de finalizações (10,7), com a oitava eficiência, um gol a cada 11,8 tentativas. O Avaí tem a segunda menor resistência mandante, um gol sofrido a cada 8,1 conclusões contrárias, e a 11ª média de finalizações sofridas (11,0).
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de "Gols Esperados" ou "Expectativa de Gols" (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 89.135 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.639 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o "pé bom" (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o "pé ruim" (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresenta também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti.