Everton Ribeiro retoma modo "miteiro" no Flamengo e vibra: "Liberdade de fazer o que gosto"

Na função em que rende melhor, camisa 7 ajudou o Flamengo a melhorar o rendimento. Ele mantém otimismo sobre a chance disputar a Copa do Mundo

| GLOBOESPORTE.COM / CARLOS GIL, FRED HUBER E IVAN RAUPP


Everton Ribeiro durante entrevista ao ge — Foto: Fred Huber

A recente subida vertiginosa de desempenho do Flamengo tem a contribuição de Everton Ribeiro, que, depois de um início de ano de altos e baixos, retomou o rendimento que fez a torcida o chamar de "miteiro".

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Com Paulo Sousa, o camisa 7 chegou a ser escalado como ponta-esquerda em um curto período, e consolidou sua evolução após a chegada de Dorival Júnior, que o pediu para fazer o que sabe de melhor: levar o Flamengo ao ataque e municiar os atacantes.

- Eu tenho liberdade para fazer o que mais gosto, que é armar a equipe. Isso é o que eu mais gosto, estar no meio de campo, e isso ajudou muito na minha subida de produção - disse Everton Ribeiro.

Nesta quarta-feira, contra o Athletico-PR, na Arena da Baixada, Ribeiro e o Flamengo têm a chance de dar mais um passo importante para transformar a temporada 2022 em especial para os rubro-negros.

Em entrevista ao ge, Everton comentou sobre o momento de decisões do time e a relação familiar que criou com o clube após vestir a camisa do Flamengo 315 vezes. O meia também mostrou otimismo sobre a possibilidade de estar na próxima Copa do Mundo.

Confira a entrevista com o camisa 7:

Ge: O Flamengo tem nesta quarta-feira mais um jogo mata-mata de tantos que este time se acostumou a disputar nos últimos anos. Acredita que o grupo já criou uma "casca" para situações como as que vai enfrentar na Arena da Baixada?

Everton Ribeiro: Mesmo tendo essa experiência em jogos mata-mata, sabemos que cada um é único. Será uma partida muito difícil em Curitiba, mas temos a nossa confiança de poder fazer uma grande exibição e sair de lá com a classificação. Vamos deixar tudo dentro de campo.

O quanto a goleada por 5 a 0 pode ter de influência neste duelo pela Copa do Brasil?

A gente fica feliz por ter feito um grande jogo e conquistado um grande resultado diante dos nosso torcedores. Nos dá mais certeza ainda de que estamos no caminho certo. Mas é ter a cabeça fria e saber que nesta quarta é um jogo totalmente diferente. Precisamos entrar ligados da mesma maneira para fazermos nosso melhor e vencermos.

Na sequência ainda tem o jogo contra o Palmeiras, que não é eliminatório, mas é importantíssimo... É para ir com espírito de copa?

Sim, estamos encarando todos esses jogos como se fossem finais. Estamos em um processo de recuperação no Brasileiro e não podemos mais errar. Todos estão concentrados e trabalhando forte para chegar nas horas de decisão conseguirmos fazer os resultados que precisamos.

Você acredita que esse time atual é o que tem maior equilíbrio quando mudam as peças, mesmo em comparação com 2019?

Sim, nossa equipe a cada ano se fortalece mais. Essa ano está muito forte. As contratações se encaixaram muito rápido, e temos jogadores que ainda nem estrearam (Pulgar e Varela). Estão treinando muito bem. A competição fica muito alta, e isso faz os jogadores sempre darem o melhor dentro de campo. Não somos só 11 e não somos só 22. Somos um grupo muito forte.

Você está no Flamengo desde junho de 2017, já disputou 315 jogos, é capitão... Se sente um anfitrião hoje em dia na chegada destes novos jogadores?

Me sinto, são muitos anos de casa. E tento passar tudo para quem chega o mais rápido possível para que se sintam adaptados e acolhidos. Aqui todos começam a brincar e o clima fica leve.

Você tem em casa dois meninos que têm no Flamengo uma grande referência, o Guto e o Tonton, que também fazem muito sucesso nas redes sociais por serem torcedores fanáticos. Você, como pai, qual sentimento tem?

É muito legal vê-los crescer com essa identificação, já sabendo o que representa o Flamengo desde muito criancinha. O Guto (Augusto) pego uma fase excepcional de títulos, e o Tonton (Antônio) agora está começando a curtir o Maracanã, a torcida, a cantar o dia inteiro. Isso é muito legal, é emocionante passar isso para os meus filhos. Espero que eles sejam campeões no fim do ano. Esses já são cariocas e flamenguistas, isso não muda mais.

Para mim, a maior definição do Flamengo é alegria. Quando a fase não está tão boa, a torcida é otimista, te motiva para buscar as vitórias. Quando, vence, todos aproveitam muito o momento. As arquibancadas ficam cada vez mais cheias. A alegria que eu vejo nos meus meninos é a que eu vejo nos outros torcedores.

O Flamengo este ano ainda tem a chance de repetir ou aumentar o número de conquistas de peso de 2019. O quanto essa "sombra" pesa para esse grupo?

Não pensamos nisso. O que passou ficou marcado, está na história. Agora são novos jogadores que querem também ficar marcados na história e estão indo em busca disso. Vamos seguir nesse caminho de luta e, claro, vamos tentar conquistar esses títulos.

Com tanta exposição no Flamengo, é natural os jogadores que se destacam fiquem na vitrine da seleção brasileira. Você se permite sonhar com a Copa do Mundo? Como funciona isso na sua cabeça, ainda mais tendo tantos jogos decisivos pelo Flamengo?

Com certeza, nos últimos anos acho que fiz minha parte e ajudei nas Eliminatórias. Esse ano fui convocado em janeiro e pretendo sim estar na Copa, mas sei que tudo passa pelo que eu conseguir fazer pelo Flamengo. Então, minha concentração total é para conquistar esses títulos e se Deus quiser no fim do ano ser convocado.

O que você considera que foi determinante para a virada do time desde a chegada do Dorival Júnior? Parece que o time se conectou muito com as ideias apresentadas por ele, mas também houve uma mudança de ânimo.

Precisávamos mudar aquele situação, que não estava favorável. O Dorival chegou e nos mostrou um caminho, apresentou algumas coisas que ele considerava que poderiam nos ajudar. Todos acreditaram. Ele cobra bastante de todos, e acredito que isso nos colocou nos caminho das vitórias, com todos se sentindo importantes e dando o melhor dentro de campo. Ele continua nos incentivando e cobrando para que a gente só melhore o que temos feito.

E sobre a sua melhora de desempenho? Você chegou a atuar como ala-esquerdo no início da temporada. O que considera que tenha sido o mais importante para voltar a render o que a torcida se acostumou a ver?

Quando a equipe está mais encaixada, o individual sobressai. Quando o Dorival chegou, procurou me orientar, motivar, cobrar... isso me ajudou. Eu tenho liberdade para fazer o que mais gosto, que é armar a equipe. Me pede também para chegar dentro da área. Isso é o que eu mais gosto, estar no meio de campo, e isso ajudou muito na minha subida de produção.

Qual é a sua receita para ter tanta regularidade, se machucar tão pouco e ficar sempre à disposição?

Graças a Deus eu consigo ficar sempre disponível. Mas isso é o trabalho do dia a dia, na academia, com o pessoal do departamento médico, que está sempre orientando e ajustando quando aparece uma dor. Sempre me deixam da melhor forma para eu render em campo.

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