Medina elege tri em 2021 como ano mais difícil: "Válvula de escape"

Em entrevista ao podcast Podpah, tricampeão mundial de surfe citou os problemas pessoais e lembrou da primeira conquista: "Queria ser o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial e aconteceu com 20 anos"

| GLOBOESPORTE.COM / REDAçãO GE


Gabriel Medina dá entrevista para o podcast Podpah — Foto: Reprodução Podpah Youtube

Gabriel Medina é um dos maiores surfistas da história não só do Brasil, mas também do mundo. Em 2014, ele foi o primeiro brasileiro a ser campeão mundial. Depois, levou o bi em 2018 e, mais recentemente, conquistou o tricampeonato em 2021. Ou seja, levou três dos cinco títulos do país na WSL. Mineirinho (2015) e Ítalo Ferreira (2019) completam a lista. Em entrevista ao podcast Podpah, Medina falou sobre histórias marcantes da carreira e começou explicando a importância de cada título na vida.

- Depois do primeiro título mundial, as coisas mudaram, consegui minha casa, carro. Após 2014, financeiramente minha vida foi show. E o título mais difícil foi de 2021 por tudo que eu estava vivendo que não é segredo (lance com a família e relacionamento).O surfe foi uma válvula de escape, foi o meu melhor ano competindo. Meu pior resultado foi um 5° - que foram notas descartadas - o resto foi primeiro ou segundo.

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Em 2020, as Olimpíadas de Tóquio significaram o marco para o surfe que, pela primeira vez, entrou para o programa olímpico. Sobre a experiência, Gabriel falou sobre a satisfação de ter feito para da estreia da modalidade.

- A experiência foi legal, o pós-Olimpíadas é o estágio número 1 do esporte. Fazer parte disso foi muito importante para o surfe. O Ítalo (Ferreira) acabou ganhando e deu uma visibilidade gigante no Brasil, era para ter sido uma dobradinha - completou sobre a polêmica nas notas durante as Olimpíadas e ainda completou:

- Já passei por algumas (decisões duvidosas) então eu já estava preparado, mas machuca, machuca muito. O esporte educa bastante: ganhar e perder. Você precisa estar bem com você mesmo para ir bem. Teve uma época que eu parei de me preocupar com coisas que não tenho controle. Eu amo surfar, eu me preocupo em dar o meu melhor. O surfe é um esporte subjetivo, o juíz pode chegar e dar a nota que ele quer. Ele é humano também e se ele não for com a tua cara, ponto, não é - concluiu Medina sobre as decisões dos juízes.

Outro tópico abordado foi a questão da mudança do regulamento para a WSL Finals. Se antes era disputa por pontos corridos, agora, são disputadas dez etapas e, na 11ª, os cinco melhores decidem o título.

- Achei não tão justo porque quando era pontos corridos, era mais justo. O ano todo competindo e quem for melhor durante as etapas e você precisa lidar com vitórias, derrotas, viagens, mental e fisicamente e lá no final, fosse campeão fosse mais justo - completou o tricampeão.

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Outros tópicos da entrevista

Paixão pelo futebol e amizade com Neymar

- Ta difícil. Fui no jogo contra o Flamengo na Arena, foi sinistro. (Na ocasião, o time carioca venceu por 2 a 0). É daora a torcida, eu acompanho o resultado, é difícil eu assistir mesmo. Estar lá presente e assistir lá a torcida foi muito bom.

- Calma, a gente tá desenrolando isso, a gente enche o saco dele, direto - sobre convencer o Neymar a jogar no Corinthians

Backflip histórico

- Eu nem ia surfar no dia, estava maior dia estranho. Estava me preparando para uma competição, treinando na preguiça, mas meu padrastro é muito rígido e acabei indo treinar. Na segunda onda, acabei acertando o backflip - mortal para trás - e viralizou porque estavam gravando. Aconteceu, era o meu dia, tinha que ter acontecido. Tinhas uns 16, 17 anos. Foi o meu primeiro vídeo no canal do Youtube e bateu um milhão de visualizações em pouco tempo. Foi a virada da minha vida, porque ganhei patrocínio, fui no Luciano Huck.

Desejo de ser o primeiro campeão

- Queria ser o primeiro brasileiro a conquistar o título mundial e aconteceu com 20 anos. Não foi sorte, foi resultado de trabalho. A pressão era gigante. A gente nunca tinha tido um campeão mundial, foi rolando as etapas. Foi irado, a praia (no Hawaí) estava lotada, maior festa, muita entrevista. Foi onde a minha vida mudou. Quando eu cheguei no aeroporto de São Paulo, uns dez policiais, eu não tava entendendo nada. Quando eu cheguei no saguão, estava lotado, cheio de gente, muitas câmeras.

Espírito do skate

- O skate é outro espírito, a galera é muito junta, é um time. O surfe é um esporte muito individual. Cada um tem o esquema de ir em competições, um foco. No final das contas, a gente tá competindo entre a gente, só ganha um. Cada olha o seu interesse e foca nisso. Claro, a gente conversa sobre, mas não vejo um movimento que a gente possa voltar atrás e discutir sobre. Dentro do surfe, a galera é bem individual, não tem espírito do skate.

Onda favorita

- Minha onda favorita do Circuito, em questão de resultado, é a França, mas o Taiti é um pico lindo, altas gigantes, a onda é sinistra. O lifestyle (estilo de vida) é maneiro, a gente come peixe todo dia, comidas saudáveis, não tem nada industrial. Do outro lado, não teve nenhum lugar que não consegui me adaptar.



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