Esportes
Flamengo tem lucro de R$ 44 milhões no segundo tri, mas alerta para necessidade de vender
Depois de prejuízo de R$ 63,6 milhões no primeiro trimestre, algo previsto no orçamento, clube reduz o déficit e projeta fechar o ano com superávit
| GLOBOESPORTE.COM / FRED HUBER
O Flamengo divulgou a demonstração financeira do segundo trimestre deste ano e registrou lucro de R$ 44 milhões, que compensam parcialmente as perdas do primeiro trimestre (R$ 63,6 milhões), o que já era previsto no orçamento por causa da receita menor (Carioca).
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Agora, o déficit acumulado no ano é de R$ 19,7 milhões . A receita bruta acumulada é de R$ 437,7 milhões, e o clube acredita que conseguirá alcançar ao fim do ano a meta de bater a marca de R$ 1 bilhão.
- Continuamos acreditando que o resultado no ano seja superavitário, mantendo-se em patamares registrados em 2021 ou acima, o que dependerá do alcance da performance esportiva projetada - diz o relatório.
O grande destaque no segundo semestre é a retomada com mais força da receita de "Matchday" (bilheteria e sócio-torcedor), graças aos grandes públicos. No primeiro semestre, foram R$ 65 milhões neste quesito.
Na demonstração ainda não consta os resultados financeiros da classificação para as quartas de final da Libertadores e Copa do Brasil, e nem a receita dos jogos de volta, que aconteceram depois do dia 30 de junho.
No relatório, o clube informa que tem R$ 130,2 milhões em caixa, entre conta corrente e aplicações de renda fixa, que são facilmente convertidas em dinheiro.
- Esse valor representa um montante bastante seguro para manter as operações saudáveis nos próximos meses, descartando a necessidade de incremento do endividamento financeiro e permitindo estarmos preparados para as oportunidades da presente segunda janela de transações (julho e agosto de 2022). Cabe destacar o fato de que tal posição foi alcançada ainda que considerando os reforços feitos na primeira janela (Fabrício Bruno, Pablo, Marinho, Santos, Thiago Maia e a renovação de Arrascaeta), mas também graças às vendas realizadas (destacando-se a de Michael) e ao recebimento de bônus contratual do Olympique de Marseille (Gerson), reforçando a ideia de que tão importante quanto saber realizar aquisições é saber realizar vendas nos momentos certos - diz o relatório.
Dívida é reduzida em R$ 10 milhões
O demonstrativo informa que, apesar de o Flamengo ter aumentado seu custo com fornecedores em relação ao primeiro trimestre (de R$ 31,2 milhões para R$ 43,8 milhões), explicado em parte pela inflação, e também aumentado o valor de salários pagos (de R$ 42,4 milhões para R$ 50,6 milhões), o clube conseguiu reduzir neste período a dívida em mais R$ 10 milhões.
Sobre possíveis despesas com processos judiciais, o relatório destaca a boa notícia de que o Flamengo teve uma decisão favorável no caso com o Banco Central, em que o clube corria risco de ter multa de até R$ 127 milhões.
- Tivemos ainda o avanço da ação com o Bacen, em que foi equacionada a questão da ação de reforço de penhora intentada no início do ano e, com novo julgamento pelo STJ na ação de mérito em 7 de junho último, embora não tenha havido ainda o trânsito em julgado, a situação tende a ser muito mais favorável para o clube.
"É necessário manter o ciclo de vendas ativo"
O Flamengo ainda tem a pagar R$ 172,5 milhões por compra de jogadores, sendo R$ 77,9 milhões no curto prazo (próximos 12 meses, a partir de julho 2022), e R$ 94,5 milhões parcelados de julho 2023 em diante. A verba a receber por venda de atletas é de R$ 99,3 milhões, sendo R$ 65,7 milhões no curto prazo e R$ 33,6 milhões no longo prazo.
Então, a diferença no balanço de compras e vendas é negativo em R$ 62,2 milhões . Esse saldo a pagar aumentou em cerca de R$ 30 milhões em relação ao primeiro trimestre, principalmente pelo fato de o Flamengo ter recebido neste período créditos de volume superior ao que foi pago em dívidas com outros clubes, principalmente do valor recebido de bônus contratual com o Olympique de Marseille (Gerson).
A diferença entre o que Flamengo gastou e o que ainda receberá vai aumentar, já que a diretoria está firme no mercado para reforçar o elenco e investiu nas chegadas de Erick Pulgar, Vidal e, principalmente, Everton Cebolinha (foi anunciado dia 20 de junho, mas só apareceu no BID após o fechamento do segundo trimestre). O relatório aponta que será necessário vender atletas.
- Tal amplitude de valores indica que é necessário manter o ciclo de vendas ativo, aproveitando as oportunidades do mercado, dado que existem ainda valores de compras de jogadores a liquidar em 2022 e 2023 e que preferencialmente precisam ser adimplidos com recursos das operações do clube, especialmente num momento em que os financiamentos se tornaram mais caros no mercado, em função das crises nacional e internacional que vêm impactando a todos.
O Flamengo acertou a transferência de Arão (três milhões de euros - R$ 16 milhões) e Gustavo Henrique para o Fenerbahçe. A transação do zagueiro foi por empréstimo no valor de 1,4 milhão de euros (R$ 7,4 milhões). Se o zagueiro alcançar a meta de jogos, os turcos terão que pagar mais 1,4 milhão de euros e ficar com o jogador em definitivo.
Vitinho recebeu oferta do Panathinaikos, mas, como ele já pode assinar um pré-contrato com outro clube, os gregos querem a liberação gratuita, e o Flamengo manteria uma parte dos direitos. A diretoria, em princípio, não se mostrou interessada neste modelo do negócio.
Certo é que o Flamengo terá que fazer caixa com a saída de mais jogadores este ano.
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