Como pagar por Galoppo? São Paulo adota criptomoedas e conta com ajuda de patrocinadores

Eduardo Toni, diretor-executivo de marketing, explica "engenharia" para contratação do argentino

| GLOBOESPORTE.COM / EDUARDO RODRIGUES


Veja o vídeo do São Paulo para anunciar Giuliano Galoppo

O São Paulo precisou fazer uma engenharia financeira que inclui o uso de criptomoedas para concretizar a compra do meio-campista Giuliano Galoppo. O jogador pertencia ao Banfield, da Argentina, e foi anunciado pelo Tricolor na última terça-feira.

Sem fluxo de caixa por uma dívida que se aproximou dos R$ 700 milhões, de acordo com o último balanço financeiro divulgado, o São Paulo traçou como objetivo a busca por parceiros para arcar com os cerca de 6 milhões de dólares (R$ 32 milhões) para ter a promessa argentina.

Definidos os parceiros, o clube chegou ao modelo para pagar esses R$ 32 milhões ao Banfield: por meio de criptomoedas (moedas digitais), um método pouco tradicional no futebol brasileiro, mas que já é visto com mais frequência na Europa.

Com dificuldades de achar investidores no mercado, o clube recorreu aos seus atuais patrocinadores. A "Bitso", empresa de venda e compra de criptomoedas e parceira do São Paulo, foi a responsável por viabilizar o modelo. Os pagamentos serão parcelados.

– A gente compra uma criptomoeda que definimos o valor com o Banfield, com uma consultoria da Bitso. O Banfield abre uma conta na Bitso da Argentina e fazemos a transferência através da criptomoeda – explicou Eduardo Toni, diretor-executivo de marketing do Tricolor, em entrevista ao ge.

No ano passado, o Paris Saint-Germain anunciou que utilizou criptomoedas para concluir a negociação com o atacante Lionel Messi. De acordo com o clube francês, o jogador argentino recebeu "$PSG fan tokens" como parte do pagamento das "luvas" pela assinatura do contrato.

O pagamento de salários de Giuliano Galoppo, no entanto, será da forma tradicional, sem a utilização de criptomoedas.

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E a "engenharia"?

O dirigente do São Paulo explicou o plano para gerar a receita necessária.

– O São Paulo desenvolveu modelos de monetização. Os patrocinadores e anunciantes vão ser sócios-cotistas. Essa parceria viabilizou a chegada do jogador. É uma engenharia de marketing com os nossos atuais parceiros – afirmou Eduardo Toni.

Devido a "cláusulas de confidencialidade", o São Paulo afirma que não pode revelar quais são os patrocinadores que farão parte dessa composição nesse primeiro momento.

No entanto, Galoppo foi anunciado junto à divulgação da "SPFC Play", nova plataforma de streaming do clube, e que é tratada como uma das fontes de receita para o pagamento do jogador. Neste mesmo vídeo ainda aparecem as marcas da "Tricolor Chip", "Adidas" e "Bitso", possíveis parceiras.

– A gente entende que ele (Galoppo) tem potencial e será embaixador da SPFC Play. Vai ser um ativo importante. Além disso, a gente ainda tem os painéis de led que tem direito, os leds no estádio, na zona mista, estamos trabalhando no anel intermediário do Morumbi para de painéis de led. A gente tem uma série de propriedades para expor os patrocinadores – disse Eduardo Toni.

O diretor de marketing não revelou os valores envolvidos nos acordos e nem quantos patrocinadores estão no "pacote" da contratação de Galoppo. Ele assegura, no entanto, que dentro dessa composição haverá recurso garantido para os pagamentos.

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